América do Sul

Maduro alerta forças aéreas para defender Venezuela dos EUA

Presidente venezuelano ordena alerta permanente da aviação militar diante do reforço do aparato norte-americano no Caribe

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ordenou na última quinta-feira (27) que a Força Aérea Nacional Bolivariana mantenha-se “alerta e pronta” para responder a qualquer agressão dos Estados Unidos, em meio ao crescente reforço militar norte-americano no Caribe e às recentes restrições aéreas impostas a Caracas por companhias estrangeiras.

A declaração foi feita durante ato oficial pelo 105º aniversário da Aviação Militar Bolivariana, transmitido pela Venezolana de Televisión. Maduro afirmou que, se as circunstâncias exigirem que o país seja declarado uma “república em armas”, o desfecho seria “um só: a vitória”. “Peço que estejam sempre imperturbáveis em sua serenidade, alertas, prontos e dispostos a defender nossos direitos como nação, como pátria livre e soberana”, declarou. “Jamais falharão à Venezuela”.

Escalada com os EUA e crise aérea

A tensão se agravou após Washington emitir um alerta às companhias norte-americanas recomendando “extrema cautela” ao sobrevoar Caracas e o sul do Caribe, alegando “risco potencial” de atividade militar na região. Em reação, o governo venezuelano revogou as concessões para operação de seis empresas estrangeiras: Iberia, TAP, Turkish Airlines, Avianca, Latam Colômbia e Gol.

O Instituto Nacional de Aeronáutica Civil (INAC) acusou as empresas de aderir às “ações de terrorismo de Estado promovidas pelos EUA”. Segundo dados da Associação Nacional de Agências de Viagem e Turismo (Avavit), pelo menos oito mil passageiros foram afetados por mais de 40 voos suspensos. Sítios de rastreamento de aeronaves registram, nos últimos dias, atividade constante de aviões de combate dos EUA a poucas dezenas de quilômetros da costa venezuelana.

Maduro afirmou que, há 17 semanas, forças estrangeiras imperialistas tentam desestabilizar o país com “guerra psicológica”, bloqueios e pressões diplomáticas. Segundo o mandatário, “nem o bloqueio, nem as sanções, nem essa guerra psicológica quebraram a vontade do povo venezuelano”.

Mobilização civil e integração militar

O chefe de Estado recordou as jornadas recentes de alistamento de civis para preparação militar e os exercícios realizados em todo o território nacional. Ele destacou a “capacidade imensa de coordenação, comando, controle, comunicação e união popular-militar-policial” demonstrada pelo país nos últimos meses.

Maduro reiterou confiança na “força fabulosa de resistência” da Venezuela diante das “pressões imorais” dos EUA. “Não há ameaça que atemorize nosso povo”, declarou.

O ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, criticou governos do Caribe que, segundo ele, se prestam a “militarizar a região” ao permitir o uso de aeroportos por forças dos EUA. Washington anunciou que utilizará de maneira “provisória” dois terminais na República Dominicana sob o argumento de combater o narcotráfico, justificativa reiterada pelo secretário de Guerra norte-americano, Pete Hegseth, que visitou o porta-aviões USS Gerald R. Ford também na quinta-feira.

Hegseth afirmou que os EUA irão “perseguir os narcoterroristas” e que têm “todo o direito do mundo” de fazê-lo. O governo norte-americano designou nesta semana o chamado “Cartel de los Soles” como organização terrorista estrangeira, acusação que Caracas classifica como “invenção” para justificar o reforço militar.

Assembleia Nacional convoca sessão sobre violações dos EUA no Caribe

A Assembleia Nacional da Venezuela convocou para segunda-feira (1º) sessão destinada a instalar uma Comissão Especial que investigará denúncias de execuções extrajudiciais e violações de direitos humanos cometidas por forças militares norte-americanas em águas territoriais ou adjacentes ao país.

A convocação oficial, publicada na Ordem do Dia nº 37 e certificada pela secretária da AN, María Alejandra Hernández, foi anunciada pelo presidente do Parlamento, Jorge Rodríguez, após reunião com familiares das vítimas e demais membros da direção legislativa. Segundo o regulamento interno, a comissão deverá ser formalizada conforme o artigo 42, que estabelece os procedimentos de investigação parlamentar.

Rodríguez afirmou que as denúncias são “graves” e que o Parlamento atuará para esclarecer os fatos e “defender a soberania e os direitos do povo venezuelano”.

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