Um artigo publicado no início de agosto pela Folha de S.Paulo escancarou a farsa sobre a qual está montada a Lei Felca — a lei criminosa votada na Câmara dos Deputados e no Senado Federal que institui o “controle parental” sobre os jovens com menos de 16 anos.
A matéria alega que, em 2024, foram registrados 87.500 casos de violência contra crianças, dos quais 63% teriam sido praticados por familiares. Ora, se a maior parte da violência contra crianças vem dos pais, qual o sentido em dar aos pais um maior controle sobre a vida das crianças? Em que isso iria fazer diminuir a violência contra as crianças? É o mesmo que colocar a raposa no comando do galinheiro.
A raposa, se é verdade o que a Folha diz, já está no comando do galinheiro. E irá apenas reforçar a sua dominação com o poder dado pela Lei Felca. A opressão da juventude, portanto, será reforçada.
No fim das contas, o País aprovou uma lei ditatorial, de censura, que liquida com a privacidade dos adolescentes, para combater um crime que teria ocorrido a 0,03% da população. E que, deste 0,03%, a maioria teria sido praticado pelos pais.
Do outro lado da balança, está, na prática, a proibição da juventude de utilizar a Internet. O objetivo é claro: blindar o setor mais dinâmico da sociedade de informações que possam levá-lo à revolta. Impedir que utilize o meio de comunicação mais democrático e eficiente, que é a Internet, para se organizar politicamente.
Um dado recente vindo dos Estados Unidos ajuda a esclarecer essa preocupação. De acordo com uma pesquisa recente, a maioria dos jovens com menos de 24 anos apoia o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) em sua luta de libertação nacional contra o Estado de “Israel”.





