Luta pela terra

Latifundiarios assassinam 3 militantes do MST em São Paulo

A imprensa capitalista, ou seja, os grandes monopólios da comunicação, tentam esconder os verdadeiros motivos da emboscada dos jagunços

Na noite desta sexta-feira (10), no assentamento do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Olga Benário, localizada na cidade de Tremembé no interior de São Paulo, foi atacada  por uma milícia que, conforme informou Gilmar Mauro, dirigente nacional do Movimento, “com um arsenal armamentista muito forte”. Ação essa que ocasionou duas vítimas fatais, Valdir do Nascimento (Valdirzão) e o jovem Gleison Barbosa (Guegue) e seis feridos. Na ação foram utilizados cinco carros e duas motos e os criminosos atiraram contra os assentados, que presenciaram a invasão de uma área do assentamento. 

A informação do MST é que “as famílias estavam lá para impedir a entrada dessa milícia, mas foram abordadas com um arsenal armamentista muito grande, por sorte não morreu mais gente”.

A imprensa capitalista, ou seja, os grandes monopólios da comunicação, tentam esconder os verdadeiros motivos da emboscada dos jagunços, com a justificativa de que seria uma briga interna do acampamento, mas o que se sabe efetivamente é que aquela região se encontram diversos assentamentos próximos às zonas urbanas e é motivo, conforme declara o dirigente do MST, “da sanha do capital imobiliário local, com objetivo de transformar os assentamentos em áreas de condomínios e de especulação imobiliária. Obviamente, há utilização de forças das milícias para fazer execução e o massacre que fizeram ontem no assentamento”.

Essa é a prática do regime político para tratar os trabalhadores que lutam contra a política de fome e de miséria dos governos dos capitalistas e dos latifundiários.

Diante desses acontecimentos, o governo do PT e o próprio Partido dos Trabalhadores não podem se calar. Em pelo menos dois acontecimentos anteriores a direção do PT se calou e até mesmo a Ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara ficou apenas no discurso, diante do assassinato de um jovem Grarani Caiouá de apenas 22 anos pela Polícia Militar do Mato Grosso do Sul, ou mesmo do assassinato do leider do MST em Tocantins no final do ano passado em que, até agora não foi ninguém responsabiizado quando se sabe que foi uma ação dos latifundiários daquela região.

Para um partido, como o PT, que formalmente se coloca n o campo dos explorados e das suas lutas, mais esse crime é, além de um ataque físico contra a luta dos sem terra, um ataque político e moral sem precedentes contra as lutas populares.

Por outro lado, cabe às organizações dos trabalhadores exigir a apuração do crime e a sua ligação com o governo estadual (Tarcísio de Freitas é um legítimo representante dos assassinos capitalistas) e a punição de todos os responsáveis. Além disso, é necessário a constituição de uma comissão composta pelos sindicatos, pela CUT, pelo MST, por entidades estudantis e partidos políticos que se reivindicam do campo dos trabalhadores para investigar o crime. O governo local não merece a mínima confiança por parte dos explorados. E mais… é necessário criar comitês de autodefesa para proteger os assentamentos, acampamentos e outros métodos que poderão ser úteis para o Movimento.  

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