
Estados Unidos
Justiça norte-americana suspende deportação de palestino preso
Universidade de Columbia tem sido um dos principais polos de resistência à opressão sionista nos EUA

- Agentes do ICE abordaram Khalil em sua casa na cidade de Nova Iorque, um prédio de propriedade da universidade, informou seu advogado
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A Justiça dos Estados Unidos suspendeu temporariamente, nesta segunda-feira (10), a deportação de Mahmoud Khalil, estudante palestino da Universidade de Columbia e ativista contra a ditadura sionista, preso no último sábado (8) por ordem do governo de Donald Trump. A decisão, tomada por um juiz federal em Nova Iorque, impede a expulsão imediata de Khalil até uma audiência marcada para quarta-feira (12), dando fôlego à mobilização que explode nas ruas contra a repressão imperialista. Epicentro da luta anti-sionista nos EUA, a Universidade de Columbia vê seus estudantes – o setor mais combativo e radicalizado em apoio à revolução palestina no coração do império – enfrentarem a fúria da burguesia.
Khalil, que possui green card e é casado com uma cidadã norte-americana grávida de oito meses, foi detido por agentes do ICE (Serviço de Imigração e Alfândega) em seu alojamento no campus. A prisão, baseada numa suposta revogação de seu visto pelo Departamento de Estado, é parte da ofensiva de Trump contra os movimentos pró-Palestina. Após ser levado ao Elizabeth Detention Center, em Nova Jersey, ele foi transferido para um centro do ICE na Louisiana – uma manobra denunciada por organizações de direitos dos migrantes como tentativa de isolá-lo de advogados e apoiadores. “É um ataque à liberdade de expressão”, declarou sua advogada, Amy Greer, apontando a repressão ao ativismo estudantil.
A Universidade de Columbia tem sido um dos principais polos de resistência à opressão sionista nos EUA. Desde os protestos de 2024 contra a guerra em Gaza, desencadeada pela campanha empreendida pelo Hamas em 7 de outubro de 2023 para libertação de companheiros presos pela ditadura sionista, o campus se transformou em um centro da luta anti-imperialista. Os estudantes, com Khalil à frente, exigem o fim dos laços financeiros da instituição com “Israel” e um cessar-fogo na Faixa de Gaza. Essa radicalização colocou a juventude universitária como vanguarda do apoio à causa palestina no país mais poderoso do mundo, desafiando a máquina repressiva da burguesia e a política de Trump, que cortou US$400 milhões em verbas federais da universidade sob a desculpa de “combater o antissemitismo”.
A prisão de Khalil gerou revolta. Centenas tomaram as ruas de Nova Iorque na última segunda-feira, enfrentando a polícia com gritos de “Libertem Mahmoud!”.
Grupos de direitos civis e até a ONU condenaram a detenção como ilegal. “Trump quer calar quem luta pela Palestina”, afirmou Greer. O caso expõe a escalada autoritária do imperialismo, que usa deportações para esmagar a solidariedade internacional. A audiência desta quarta-feira será decisiva, mas a mobilização estudantil promete não recuar diante da repressão.