Polêmica

Julgamento de Bolsonaro será mais um passo para a ditadura

Condenação resultará no avanço da ditadura da toga, para criar condições para uma nova onda de ataques nos próximos anos

No artigo Nós vamos sorrir, sim, sorriam!, publicado pelo Poder360, a deputada federal Erika Kokay (PT-DF), apresenta a tese grotesca de que, sabe-se lá por que, agora, no ano de 2025, o regime político brasileiro teria decidido passar o País a limpo.

“O julgamento de Bolsonaro e do núcleo 1 da chamada trama golpista marca um momento em que o país, finalmente, se propõe a enfrentar a impunidade e responsabilizar quem atentou contra a democracia, inclusive planejando assassinatos políticos e a explosão de uma bomba no aeroporto de Brasília.”

Antes de entrar no mérito, chamamos a atenção para o método de discussão da deputada. Os responsáveis pela “bomba no aeroporto de Brasília” não estão no banco dos réus do “núcleo 1”. O episódio a que ela se refere ocorreu em dezembro de 2022, pouco após as eleições presidenciais, quando Wellington Macedo de Souza, George Washington de Oliveira Souza e Alan Diego dos Santos Rodrigues tentaram explodir um caminhão-tanque. Nenhum vínculo foi estabelecido entre eles e aqueles que estão sendo julgados no momento.

Este “erro”, no entanto, é a base de todo o processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Os réus estão sendo acusados não de crimes que teriam realizado diretamente, com sua participação devidamente comprovada, mas porque uma misteriosa “trama golpista” favoreceria a eles. Não há prova, por exemplo, de que Bolsonaro ordenou que manifestantes invadissem a Praça dos Três Poderes; no entanto, ele está sendo julgado — e provavelmente será condenado — porque os manifestantes eram seus apoiadores.

Do ponto de vista do Direito, é uma barbaridade. O método utilizado pelo STF contra os bolsonaristas é típico de ditaduras, e levará a um grande desastre no futuro imediato. O circo no qual se transformou o julgamento de Bolsonaro abrirá o caminho para uma perseguição desenfreada à esquerda.

Vejamos, agora, o problema político — isto é, a luta de classes. O STF é um instrumento do Estado capitalista. É, na verdade, um dos instrumentos que expressam com maior determinação os interesses do imperialismo, visto que não é suscetível a eleições. Por que esse mesmo STF que foi cúmplice de tantos crimes contra o povo brasileiro, agora se preocupa com a “democracia”?

O STF, por exemplo, avalizou o golpe de 2016 e a prisão de Lula. O que mudou, de lá para cá, para agora a Corte defender os interesses do povo?

O que acontece é justamente o contrário. O regime político é muito mais reacionário do que na década passada, quando o governo Dilma Rousseff (PT) não conseguiu condenar os torturadores da Ditadura Militar (1964-1985). A situação internacional se encaminha para uma grande conflagração entre a ditadura mundial (o imperialismo) e os países que se rebelam contra ela. Seguindo essa tendência, o regime brasileiro tem se tornado cada vez mais infiltrado pelo imperialismo e cada vez mais ditatorial.

Nos últimos anos, a liberdade de expressão foi extinta, o direito de greve se tornou letra morta e a política monetária brasileira passou a ser dirigida abertamente pelos banqueiros. Por que esse mesmo regime estaria passando o País a limpo?

A única explicação possível seria se houvesse uma grande pressão popular contra a direita. Mas a realidade é o exato oposto: nos últimos anos, as maiores mobilizações foram organizadas e dirigidas pela extrema direita.

O julgamento de Bolsonaro, neste sentido, não é uma rendição do regime brasileiro após tantos crimes contra o seu povo. É, pelo contrário, mais um crime: é o avanço da ditadura da toga, para criar condições para uma nova onda de ataques nos próximos anos.

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