Em sua coluna no Poder360, o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro “Kakay” defende que o julgamento arbitrário dos supostamente envolvidos nas manifestações de 8 de Janeiro de 2023 vai “pacificar o país”. Nada mais falso. Ao contrário, a perseguição judicial e o atropelo das garantias só alimentam a radicalização do bolsonarismo.
Segundo Kakay, punir Bolsonaro, generais e ministros envolvidos no suposto “plano de golpe” seria o caminho para acabar com as ameaças e consolidar um Judiciário “forte e soberano”. Mas a realidade mostra o oposto: toda vez que o STF age politicamente, em processos de exceção, o efeito é o acirramento da polarização. A “paz” que ele promete nada mais é do que repressão contra um lado, e repressão nunca eliminou contradições políticas — apenas as exacerba.
Kakay chega a afirmar que a prisão de generais e de Bolsonaro não provocou reação alguma, como se isso fosse prova de pacificação. O advogado parece esquecer que o bolsonarismo mantém hoje a uma base social de dezenas de milhões. As manifestações bolsonaristas recentes, inclusive, foram muito superiores que as manifestações convocadas pelos setores governistas.
A linha de Kakay é a do regime golpista de 2016: transformar a política em caso de polícia, fortalecer um Judiciário todo-poderoso e desviar a luta para dentro dos tribunais. O mesmo STF que ajudou a prender Lula é hoje exaltado como herói da “democracia”. Ao aplaudir essa farsa, Kakay não defende “democracia”, mas o arbítrio judicial, que serve diretamente aos interesses do imperialismo e da burguesia brasileira.




