Ricardo Nêggo Tom, colunista do Brasil 247, resolveu uma vez mais bater palmas para a repressão policial. Em sua última coluna, o militante identitário demonstrou mais uma vez sua completa adesão à ditadura do Judiciário. No texto, ele ironiza os protestos bolsonaristas na frente do Supremo Tribunal Federal (STF) e, no embalo, elogia a ação da PM do Distrito Federal e do ministro Alexandre de Moraes, tratando com escárnio o direito de manifestação política, por mais reacionária que ela seja.
O argumento central de Ricardo Nêggo Tom é o seguinte: como os bolsonaristas são ridículos, devem ser impedidos de protestar — de preferência com esparadrapo na boca e a polícia cercando a Praça dos Três Poderes. O colunista se refere ao deputado Hélio Lopes como “capitão do mato” e comemora que seus gritos tenham sido “silenciados pela PMDF”. Em outras palavras: Nêggo Tom acha bonito ver a repressão atuando contra manifestações políticas e prega o uso da força policial como solução para a crise política do regime.
Em vez de criticar a atuação antidemocrática de Alexandre de Moraes, que censura partidos políticos, prende jornalistas, bloqueia redes sociais e interfere em eleições, Nêggo Tom presta continência à toga. Como bom “antifascista de sofá”, ele não percebe — ou finge não perceber — que os métodos usados contra a extrema direita hoje serão os mesmos utilizados contra a esquerda amanhã.
Enquanto o Brasil caminha para um regime ditatorial controlado pelo Judiciário, a esquerda identitária comemora a censura e a repressão. Aplaude a PMDF, elogia Moraes e se contenta em assistir a prisão de golpistas — mesmo que isso signifique a destruição completa das liberdades democráticas. Para essa gente, o problema nunca foi o autoritarismo do Estado, mas sim quem está sendo reprimido. Se forem bolsonaristas, vale tudo. Mas, como mostra a história, esse tipo de aliança com a repressão sempre se volta contra os próprios trabalhadores.
Não é preciso muita imaginação para entender as consequências dessa política. Nêggo Tom, como bom identitário que é, defende a repressão contra o bolsonarismo porque, entre outras coisas, a extrema direita seria “racista”. Pois bem. O que o Judiciário está fazendo, neste momento, com os negros? Colocando-os na cadeia sob qualquer desculpa. Basta ver os casos recentes dos cantores MC Poze e Oruan — vinculados ao tráfico por causa do que falam em suas músicas.
Quanto a aplaudir a Polícia Militar, já não há mais o que falar. A PM é uma máquina assassina, que se volta sobretudo contra a população negra, que é a maioria da população pobre do País.
Dar mais poderes ao Judiciário e à polícia é garantir que o Estado tenha ainda mais poderes para esmagar os negros. É oposto de qualquer preocupação real com este setor da sociedade.




