Na última quinta-feira (10), as autoridades da ditadura sionista libertaram Ahmad Manasra, de 23 anos, após dez anos de prisão no deserto do Neguev, na penitenciária de Nafha. Capturado aos 13 anos, em 2015, acusado de participar de uma operação de resistência em Jerusalém ocupada, ele foi solto em estado mental frágil, resultado de torturas e dois anos de confinamento solitário. A soltura ocorreu longe do portão principal, onde sua família o aguardava, forçando-o a pedir um telefone a um morador de Be’er Sheva para avisar os parentes.
Ahmad foi detido junto ao primo Hassan Manasra, assassinado a tiros pelas forças de “Israel” no mesmo dia. Gravemente ferido, com o crânio fraturado e hemorragia interna, ele sofreu espancamentos e interrogatórios brutais, marcados por privação de sono e isolamento.
Inicialmente condenado a 12 anos e ao pagamento de 180 mil shekels (R$283 mil na cotação do último dia 10), a pena foi reduzida para nove anos e meio em 2017. Antes da prisão, passou dois anos em uma instituição para menores e, aos 14, foi transferido para a cadeia de Megiddo.
O advogado de Ahmad informou ao canal libanês Al Mayadeen que o jovem enfrentou “tratamento desumano” desde 2021, incluindo solitária prolongada, agravada durante a guerra atual. As agências de repressão do enclave imperialista proibiu celebrações pela libertação, segundo o defensor.
Em 2022, a Anistia Internacional exigiu sua soltura, apontando sérios problemas de saúde mental decorrentes dos abusos. Uma campanha global também pressionou por sua liberdade, mas tribunais de “Israel” rejeitaram repetidos apelos.
A prisão de menores palestinos é prática recorrente do país artificial. Dados da ONG Addameer mostram que, desde 2000, mais de 12 mil crianças foram detidas, muitas sem acusação formal. Ahmad agora tenta retomar a vida, mas carrega as marcas de uma década de violência estatal.