Um prisioneiro palestino de 20 anos morreu de ferimentos sofridos durante uma incursão das forças israelenses no sul da Cisjordânia na semana passada.
A Autoridade Palestina para Assuntos Civis confirmou o martírio de Musab Abdul-Munim al-Eida, que foi gravemente ferido quando as tropas israelenses invadiram o bairro de Tel Rumeida, em al-Khalil, em 21 de agosto, e abriram fogo.
De acordo com a Sociedade de Prisioneiros Palestinos (PPS) e a Comissão de Assuntos de Detidos e Ex-detidos da Autoridade Palestina, al-Eida foi transferido para o Centro Médico Shaare Zedek, em Jerusalém ocupada, onde sucumbiu aos ferimentos na segunda-feira (25). Apesar de seu estado crítico, sua detenção na Prisão de Ofer havia sido prorrogada um dia antes.
A PPS e a Comissão de Assuntos de Detidos denunciaram o incidente como uma tentativa de execução em campo, parte do que descreveram como um padrão mais amplo de execuções extrajudiciais realizadas pelas forças israelenses. Eles enfatizaram que o caso de al-Eida reflete a escalada contínua dos crimes de “Israel” na Cisjordânia, particularmente em meio à guerra em andamento em Gaza.
Outros grupos de defesa palestinos enfatizaram que sua morte destaca o abuso sistemático sofrido pelos detidos nas prisões de “Israel”. Eles notaram que as condições de detenção foram transformadas em mecanismos deliberados de abuso, com os palestinos sendo submetidos a tortura, fome, negligência médica e tratamento degradante desde o momento da detenção.
Desde outubro de 2023, mais de 18.000 palestinos foram detidos em toda a Cisjordânia ocupada, incluindo centenas de crianças e mulheres. Relatos de grupos de direitos humanos indicam que a tortura e os maus-tratos se tornaram rotina, com as condições prisionais descritas como deliberadamente projetadas para infligir sofrimento.
A morte de al-Eida ocorre meio à intensificação da violência militar e dos colonos israelenses na Cisjordânia. Dados compilados pelas autoridades de saúde palestinas e pela Organização das Nações Unidas (ONU) mostram que, desde 7 de outubro de 2023, pelo menos 1.013 palestinos foram mortos na Cisjordânia, incluindo 160 crianças.
Apenas no primeiro semestre de 2025, foram registradas 178 mortes de palestinos e mais de 2.400 feridos, com os colonos realizando 740 ataques documentados, uma média de quatro por dia.
Os colonos, frequentemente apoiados pelas forças israelenses, realizaram tiroteios, ataques incendiários a casas e terras agrícolas, e o envenenamento de fontes de água.





