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Imprensa

Jornalismo golpista merece sim ser aniquilado

A esquerda pequeno-burguesa se perde na "defesa da democracia" e passa defender os mesmos que derrubaram a presidenta Dilma

O jornalista Moisés Mendes publicou uma coluna no portal de esquerda Brasil 247, no último dia 1º, intitulada Tentem enxergar as Natuzas invisíveis, com comentários sobre as críticas ouvidas pela jornalista Natuza Nery, apresentadora da golpista Rede Globo (detentora do canal por assinatura GloboNews), por um bolsonarista em um supermercado em São Paulo. “Acolham e defendam Natuza”, pede Mendes, tomando as dores de uma notória golpista, que finalmente, não teve contra si nada além de palavras. Diz o articulista de Brasil 247:

“A grande vítima é o jornalismo que não se rende ao bolsonarismo, e esse jornalismo existe muito mais fora do que dentro da GloboNews.”

Primeiro que é uma falácia dizer que o episódio tem como “grande vítima o jornalismo que não se rende ao bolsonarismo”, ainda mais em se tratando de uma jornalista dessa emissora. A frase de Mendes desvirtua a responsabilidade pela ascensão do bolsonarismo, “esquecendo” que Nery, por exemplo, é uma das famosas “minas do impeacha”, um conjunto de jornalistas do monopólio golpista assim apresentadas por uma delas, a jornalista Julia Duailibi, em publicação de suas redes sociais:

Como um monopólio de imprensa criado para os interesses do imperialismo, a Globo foi um agente ativo na criação e ascensão do bolsonarismo, algo facilmente observado por qualquer um que tenha visto a intensa agitação golpista durante a preparação para o golpe de Estado de 2016 e o apoio à famigerada Operação Lava Jato, ponta de lança dos dois golpes que se realizariam: o de 2016 com a derrubada da presidenta Dilma Rousseff e o de 2018, com a proscrição ilegal da candidatura do atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, fator fundamental para a vitória eleitoral de Jair Bolsonaro.

Se hoje a Globo aparece alinhada com os interesses estrangeiros na ofensiva contra a extrema direita, isso reflete uma divisão interna da burguesia, onde o bolsonarismo representa uma reação de setores mais vulneráveis da classe dominante, que apresentam uma resistência à política imperialista tal como desejada pelos monopólios internacionais. Em países onde a burguesia nacional é mais forte, esse tipo de enfrentamento é normal, ao passo que nos países mais atrasados, onde a dominação imperialista é maior, essa divergência não aparece.

É o caso da Argentina de Javier Milei, de El Salvador com Naiib Bukele, do Equador de Daniel Noboa, governantes ainda mais direitistas do que Bolsonaro, mas que não são atacados. Ao se posicionar contra Bolsonaro, a Globo não faz mais do que expressar essa disputa. O imperialismo convive não apenas com esses governantes, mas outros ainda mais extremistas, como o mandatário ucraniano de fato Vladimir Zelensqui e o regime mais nazista que a humanidade já viu desde a queda do III Reich: o governo Benjamin Netaniahu em “Israel”.

Nenhum deles têm oposição do imperialismo e consequentemente, tampouco da Globo. Não existe, portanto, “um jornalismo que não se rende ao bolsonarismo” na GloboNews ou em qualquer órgão da direita. O que existe é uma desavença sem nenhuma relação com princípios.

Além disso, a falácia de Mendes também escamoteia o fato de apoiadores do golpe de Estado de 2016, como a “mina do impeacha” e a própria Rede Globo, apoiaram uma conspiração realizada sob orientação de forças estrangeiras, destacadamente o governo dos Estados Unidos, que teve uma atuação central na formação e na organização da Lava Jato. Isso torna o golpe uma violação grave da soberania nacional.

Quando golpes ocorrem com o envolvimento de potências estrangeiras, como o que a Globo participou ativamente e não apenas uma vez, o que se tem é um crime que mesmo nos mais civilizados países, resulta em penas severas, como a pena de morte, por tratar-se de uma ameaça direta à independência e à autodeterminação dos povos. Com isso em mente, não se sabe o que foi que o bolsonarista disse à jornalista da Globo. Supostamente, o homem teria dito à Nery que jornalistas como ela “merecem ser aniquiladas” por serem responsáveis pela situação do País.

Se for verdade, é uma forma truculenta de colocar uma opinião, mas ainda assim uma opinião, porém mais importante do que isso: é uma opinião que não está longe da verdade. Primeiro, porque é óbvio para qualquer um que não perdeu a cabeça que a Globo é, de fato, responsável pelas condições de vida cada vez mais duras enfrentadas pelo povo brasileiro.

Ainda, porque em muitos lugares do mundo, quem trai o próprio país para servir a governos estrangeiros é realmente sentenciado com a pena de morte, o que a esquerda se lembrava há dez anos, enquanto denunciava o então juiz Sergio Moro e demais criminosos da Operação Lava Jato. Só a submissão completa à frente ampla por um setor da esquerda que expressa pelas colocações de colunista de Brasil247, é que relativizam os crimes da Globo.

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