Nessa segunda-feira (25), o Ministério das Relações Exteriores de “Israel” anunciou que irá “rebaixar” as relações com o Brasil após o Itamaraty (ministério brasileiro) ter ignorado a indicação de um novo embaixador por parte da entidade sionista.
Em janeiro deste ano, “Israel” havia indicado o diplomata Gali Dagan para assumir a embaixada em Brasília. No entanto, o embaixador precisaria da concessão de uma autorização do Brasil para exercer a função. O Brasil não negou a concessão, mas manteve o pedido em análise, o que pode ser interpretado como uma recusa.
A postura do governo brasileiro reflete a crise dentro do governo Lula em relação ao genocídio na Faixa de Gaza. A base popular do governo é a favor do rompimento total de relações comerciais, militares e diplomáticas com “Israel”, como já ficou expressa em abaixo-assinado endossado por apoiadores do governo. Por outro lado, o governo está infiltrado pelo sionismo, especialmente nas Forças Armadas, no Ministério das Relações Exteriores e na Polícia Federal.
O correto seria recusar oficialmente o embaixador e anunciar o rompimento de relações. Procurando se equilibrar entre uma postura e outra, o governo optou pelo silêncio.
Ainda que, neste caso, o gesto seja favorável ao rompimento, é muito tímido. O próprio governo israelense, ciente da vacilação do governo brasileiro, anunciou o “rebaixamento” como forma de aumentar a pressão sobre o país. O ministro da Defesa, o fascista Israel Katz, chegou a publicar uma charge segundo a qual o presidente Lula seria uma marionete do líder do Irã, Ali Khamenei, em uma tentativa de constranger o governo a mudar de posição.
O caso apenas mostra que a tentativa do governo de contemporizar com o sionismo, criticando a Resistência Palestina e permitindo a atuação do Mossad no Brasil, não garante uma aliança com “Israel”. Pelo contrário, essas concessões são vistas como sinais de fraqueza e abre o caminho para que o imperialismo e o sionismo aumentem a pressão.




