Com uma política voltada para atender aos seus próprios interesses, os banqueiros do Banco Itaú/Unibanco proporcionam lucros cada vez maiores às custas da superexploração e da miséria dos trabalhadores bancários.
Em números divulgados recentemente, o Banco Itaú registrou um lucro líquido recorde de bilhões de reais no 4º trimestre de 2024 e, somado aos demais trimestres, um ganho absurdo no ano.
Em 2024, o Itaú/Unibanco obteve no Lucro Líquido Recorrente Gerencial — que exclui efeitos extraordinários — R$ 41,403 bilhões, uma alta de 16,2% em relação ao ano anterior. No 4T2024, o lucro líquido gerencial foi de R$ 10,884 bilhões, um aumento de 2,0% em relação ao trimestre imediatamente anterior (no 3T2024, o resultado recorrente foi de R$ 10,675 bilhões). A rentabilidade sobre o Patrimônio Líquido médio anualizado (ROE), no Brasil, foi de 23,3% no período, com alta de 1,6 p.p. em doze meses. O efeito positivo do crescimento da carteira, da maior margem com passivos e dos maiores ganhos com operações estruturadas do atacado levou a um crescimento de 7,1% na margem financeira com clientes (excluindo o resultado da operação na Argentina em 2023, alta de 8,3%). Igualmente, houve aumento na margem financeira com o mercado e redução de 6,6% no custo do crédito.
A receita com prestação de serviços e tarifas bancárias cresceu 2,2% em doze meses, totalizando cerca de R$ 49,2 bilhões ao final de 2024, enquanto as despesas de pessoal, considerando a PLR, cresceram 7,5%, somando aproximadamente R$ 31,3 bilhões. Assim, a cobertura dessas despesas pelas receitas de serviços e tarifas foi de 157,1%.
Ao final de 2024, a holding contava com 86.228 empregados no país, com abertura de 373 postos de trabalho em doze meses, porém, com o fechamento de 635 postos no trimestre. Segundo o relatório, “A mudança do perfil de colaboradores, com mais profissionais em tecnologia e menos em áreas operacionais, é demonstrada com o crescimento de 12,5% no número de colaboradores da área de tecnologia e a redução de 2,2% no quadro de colaboradores do Brasil, em relação ao mesmo período do ano anterior.” No ano, foram fechadas 219 agências físicas no Brasil.
Todo esse lucro dos banqueiros do Itaú contrasta com a política criminosa da direção do banco em relação aos seus funcionários, que tem executado uma política de sistemáticos ataques aos direitos e conquistas da categoria bancária. Mesmo firmando um acordo na campanha salarial — cuja data-base foi em setembro passado — com as organizações de luta dos bancários, o banco demitiu em massa e perseguiu trabalhadores que, por motivo de saúde, inclusive ocasionado por questões laborais, foram afastados. Assim que termina o prazo de estabilidade do trabalhador afastado por doença, o banco está demitindo. Não faz muito tempo que o banco demitiu em massa milhares de trabalhadores na área operacional. Isso sem falar do tradicional método de lucrar às custas dos trabalhadores, cuja prática é a superexploração dos seus empregados, seja através dos baixos salários, do arrocho salarial ou de cortes de benefícios.
Enquanto eles fazem a festa, os salários dos funcionários sequer acompanham a alta da inflação, e cresce a exploração da categoria em todas as agências e demais locais de trabalho. É preciso organizar a mobilização pela recomposição imediata das perdas, pelo “gatilho salarial” toda vez que a inflação alcançar 3% e pela recomposição de 100% das perdas salariais acumuladas nos últimos anos.
Em todo o país, é preciso criar Comitês de Luta por essas e outras reivindicações da categoria, que ponham fim à ditadura dos banqueiros contra os bancários e contra todo o povo, com a estatização do sistema financeiro sob o controle dos trabalhadores.