Milhares de israelenses tomaram as ruas de Jerusalém nesta semana para protestar contra a decisão do governo de Benjamin Netaniahu de demitir Ronen Bar, chefe do Shin Bet, e Gali Baharav-Miara, procuradora-geral, informou o jornal israelense Yedioth Ahronoth na última terça-feira (25). As manifestações, lideradas por grupos anti-Netaniahu e apoiadas pelo opositor Benny Gantz, acusam o premiê de minar a democracia ao remover figuras críticas ao seu governo em plena guerra.
Netaniahu reagiu no parlamento, acusando a oposição de “fomentar anarquia” com os protestos. “Vocês repetem slogans gastos sobre o fim da democracia. Isso é ridículo. O que está em risco é o poder dos burocratas, não a democracia”, disse ele na terça-feira (25). Ele pediu que os opositores parem de “atrapalhar o governo” durante o conflito em Gaza, onde “Israel” retomou ataques, ignorando a situação de reféns, segundo a imprensa local.
Os protestos começaram na semana passada, após o anúncio da demissão de Bar, chefe do serviço de segurança interna, acusado de falhas no ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, que matou 1,2 mil pessoas, conforme o jornal israelenseHaaretz. A oposição apelou contra a medida, chamando-a de “conflito de interesses evidente”. Baharav-Miara, crítica às reformas judiciais de Netaniahu, também foi alvo, intensificando as tensões. A coalizão anti-Netaniahu alega que as demissões visam concentrar poder.
A crise política ocorre em meio a uma guerra que já matou mais de 40 mil palestinos desde 2023, segundo a ONU. Pesquisas do órgão sionista Jerusalem Post mostram que 60% dos israelenses desaprovam Netaniahu, que enfrenta ainda acusações de corrupção em três processos abertos desde 2019.
