Awdah Hathaleen, ativista palestino e participante do documentário Sem Chão, vencedor do Oscar no ano de 2025, foi morto a tiros na noite de segunda-feira, nas proximidades da aldeia de Umm al-Khair, na Cisjordânia ocupada. Hathaleen, de 31 anos, foi assassinado durante uma violenta incursão de colonos perto do assentamento de Carmel, nas colinas do sul de Hebron. O ataque começou quando um grupo de colonos, apoiado por máquinas pesadas, invadiu terras palestinas. Segundo testemunhas e registros em vídeo, Yinon Levi, um colono que havia sido previamente sancionado pelo governo dos Estados Unidos e integra as listas negras do Canadá, Reino Unido e União Europeia, disparou com uma pistola. Hathaleen foi atingido na parte superior do corpo e morreu posteriormente no Centro Médico Soroka.
As forças de ocupação israelenses só chegaram ao local após o ataque e, em vez de protegerem as vítimas ou prenderem imediatamente o colono atirador, detiveram quatro palestinos e dois ativistas estrangeiros. O atirador, Yinon Levi, foi preso posteriormente,.
Colonos do posto avançado de Carmel divulgaram um comunicado defendendo o assassinato, sem sequer mencionar Hathaleen, e exigindo a “remoção” de estruturas palestinas na região.
Imagens do incidente mostram Levi disparando para o alto, enquanto uma escavadeira aparece ao fundo — uma cena que lembra os temas centrais abordados em Sem Chão: deslocamento, roubo de terras e impunidade armada. Segundo o jornal israelense Haaretz, a escavadeira havia entrado em terras pertencentes a palestinos, contrariando a alegação dos colonos de que a construção era legal. Palestinos foram vistos tentando proteger suas terras e impedir o avanço das máquinas.
Em março deste ano, as forças de ocupação intensificaram as incursões em Qalqilya, Tulkarm e Jenin. Durante essas operações, mataram um ex-prisioneiro palestino recém-libertado e sequestraram Basel Adra, codiretor de Sem Chão, conhecido por seu jornalismo que documenta ataques de colonos e demolições de casas em Al-Khalil (Hebron).





