Palestina

Com apoio da OLP, ‘Israel’ retoma prisões em massa na Cisjordânia

Paralelamente, milícias fascistas do sionismo seguem roubando terras palestinas

Nesta sexta-feira (08), as forças israelenses de ocupação perpetraram mais prisões arbitrárias na Cisjordânia.

Na cidade de Jenin, os sionista prenderam um jovem palestino chamado Jabal Abu Tahir. A prisão ilegal foi precedida de cerco à casa de sua família, durante o qual dispararam granadas de efeito moral e forçaram seus habitantes a saírem.

Outra prisão ilegal ocorreu no campo de refugiados de Balata, a leste da cidade de Nablus, onde um jovem palestino foi preso após as forças de ocupação invadirem e revistarem sua casa. Na mesma região, milícias fascistas do sionismo (os chamados “colonos”) começaram a nivelar terras roubadas dos palestino na vila de Salem, como parte da expansão da ocupação).

Já no dia anterior, a cidade de Qalqilya foi invadida pelas forças de ocupação, que posicionaram tropas no bairro de Kafr Saba e em diversas outras áreas, tais como a Escola Turca e a Mesquita Khalafa. Os militares sionistas dispararam granadas de efeito moral contra jovens palestinos que estavam perto da mesquita. Um jovem foi detido.

Pouco dias antes, na terça-feira (05), Nablus já havia sido alvo de uma invasão em larga escala por parte das forças de ocupação.  A operação teve por objetivo possibilitar outra invasão, a do Túmulo de José, por parte dos colonos. Durante a incursão, confrontos violentos eclodiram entre jovens palestinos e forças de ocupação perto do Túmulo de José durante a incursão. Os palestinos foram reprimidos com gás lacrimogêneo e balas de borracha.

Estes ataques e prisões arbitrárias que as forças de ocupação vem realizando contra os palestinos da Cisjordânia fazem parte da chamada Operação Muro de Ferro, invasão e ataques em larga escala contra a Resistência Palestina na Cisjordânia deslanchar em 21 de janeiro de 2025.

A primeiro momento da operação, as forças de ocupação se concentraram na cidade de Jenin, especialmente em seu campo de refugiados, realizando ataques contra as Brigadas de Jenin, com o objetivo de desmantelá-la. Tais brigadas é uma coalizão das Brigadas de Al-Qassam (ala militar do Hamas), das Brigadas de Al-Quds (ala militar da Jiade Islâmica), e das Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa.

No quarto dia da operação, as forças de ocupação expandiram-na para o campo de refugiados de Nur Shams, próximo à cidade de Tulkarm, bem como para o campo de refugiados desta cidade. 

Conforme o último relatório do Comitê de Imprensa em Tulkarm, publicado em 31 de julho, a ofensiva israelense iniciada em janeiro “levou à destruição generalizada, incluindo mais de 600 casas completamente destruídas e 2.573 parcialmente danificadas, transformando os campos em áreas semidesertas”. Além disto, “mais de 25.000 pessoas dos campos de Tulkarem e Nour Shams foram deslocadas à força”. O Comitê informou igualmente que 14 palestinos foram assassinados em Tulkarm nesse período, “incluindo uma criança e duas mulheres, uma das quais estava grávida de 8 meses”.

A situação em Jenin é praticamente a mesma. Segundo o último informo do Comitê de Imprensa em Jenin, publicado em 30 de junho, “desde o início da agressão a Jenin e seu acampamento em 21 de janeiro, a ocupação tem realizado incursões e prisões constantes, enviado reforços contínuos, incluindo tratores militares, e prosseguido com demolições sistemáticas de casas”.

O Comitê acrescenta que “mais de 600 casas foram completamente demolidas pela ocupação, enquanto outras foram parcialmente danificadas e ficaram inabitáveis. A infraestrutura e as propriedades da cidade foram amplamente destruídas” e que a agressão resultou no deslocamento forçado de aproximadamente 22.000 cidadãos, que permanecem impedidos de retornar às suas casas. Um total de 42 palestinos foram assassinados, incluindo dois mortos pelas forças de segurança da Autoridade Palestina.

Operação da Autoridade Palestina contra a Resistência abriu caminho para atual ofensiva de “Israel” na Cisjordânia

Se antes da atual guerra genocida contra a Palestina, a Autoridade Palestina (AP) e seus burocratas, em especial Mahmoud Abbas, seu presidente, já se manifestaram frequentemente como cachorros a serviço de “Israel” e do imperialismo, agora sua qualidade de inimigos do povo palestino é indiscutível.

Exemplo disto é o fato de que a ofensiva israelense contra a Cisjordânia (Operação Muro de Ferro), foi precedida de operação da Autoridade Palestina contra a Resistência em Jenin.

De forma ainda mais cínica e canalha que “Israel” e o imperialismo, a AP batizou a operação de “Proteger a Pátria” e declarou como objetivo expresso erradicar a Resistência em Jenin.

A operação criminosa marcou o maior e mais violento confronto entre a AP e a Resistência na Cisjordânia desde 2007, sendo a primeira vez em vários anos que estes cachorros dos sionistas fizeram incursão em larga escala contra Jenin.

Ele foi de 5 de dezembro a 21 de janeiro, e durante esse período os lacaios de “Israel” (Autoridade Palestina) mataram mais de 9 combatentes da Resistência, ferindo mais de 20, e mais de 8 civis, ferindo também mais de 20. Da mesma forma, mais de duas dezenas de palestinos foram presos pela AP.

Destaca-se que essa operação terminou exatamente no mesmo dia em que começou a Operação Muro de Ferro, de forma que AP claramente fez esta operação a serviço de “Israel”.

A serviço de “Israel”, Autoridade Palestina já prendeu milhares de palestinos

Além de assassinar membros da Resistência na Cisjordânia, a Autoridade Palestina já prendeu arbitrariamente milhares de palestinos desde 7 de outubro de 2023, dia da revolucionária Operação Dilúvio de Al-Aqsa, liderada pelo Hamas.

Estima-se o número total de presos e detidos entre 3 e 5 mil palestinos, o que complementa as prisões arbitrárias feitas pelas forças israelenses de ocupação e pela polícia israelense, estimadas entre 15.000 e 17.000 palestinos presos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.

Autoridade Palestina ajuda governo pró-imperialista do Líbano a desarticular a Resistência Palestina no país

Conforme já noticiado por este Diário, a Autoridade Palestina também está sendo lacaio de “Israel” e do imperialismo contra a Resistência Palestina no Líbano.

No final de maio, Abbas, na liderança da AP, firmou um acordo com o governo pró-imperialista do Líbano, cujos presidente e primeiro-ministro foram colocados no poder pelos EUA e pela Arábia Saudita, a desarmar a desarmar a todas as organizações da Resistência que estão nos campos de refugiados no Líbano

Autoridade Palestina quer desarmar a resistência

Autoridade Palestina se une abertamente ao plano do imperialismo e do sionismo para desarmar a Resistência Palestina e salvar “Israel”

Recentemente, Mahmoud Abbas, o já citado presidente da AP, um notório cachorro de “Israel”, declarou que quer um “Estado da Palestina desarmado” que convivesse lado a lado com “Israel”. A declaração criminosa foi feita durante reunião com o ministro das Relações Exteriores alemão, Johann Wadephul, em Ramalá, Cisjordânia, no dia 1º de agosto.

Falando sobre o golpe que está tentando dar na Resistência, ele afirmou que “estamos nos preparando para realizar eleições gerais que não incluirão forças políticas e indivíduos que não aderem ao programa e aos compromissos da Organização para a Libertação da Palestina e à legitimidade internacional”, acrescentando que “isso exclui qualquer pessoa que não aceite o princípio de um Estado, uma lei e uma arma legítima, e a importância de implementar a solução de dois Estados”.

Poucos dias antes, o imperialismo realizou uma conferência em Nova Iorque para elaborar uma solução para a guerra que salvasse “Israel” do colapso e mantivesse a escravização dos palestinos. A conferência resultou da Declaração de Nova Iorque, que novamente propõe “Dois Estados”. De forma pior que os Acordos de Oslo, propôs o completo desarmamento da Resistência, bem como que o próprio Estado Palestino vindouro seja um Estado desmilitarizado, isto é, completamente vulnerável a “Israel”. 

Dias depois, 03 de agosto, as Organizações da Resistência emitiram pronunciamento conjunto condenando a tentativa de golpe de Abbas, bem como reiterando o direito à resistência armada, destacando que a “arma de resistência é um direito fundamental do nosso povo e está ligada ao fim da ocupação sionista, à libertação de nossas terras e locais sagrados e à realização de nossos objetivos de retorno e libertação”. Leia a declaração na íntegra:

“Grupos da Resistência Palestina:

Em nome de Alá, o Clemente, o Misericordioso

Sobre as declarações do Presidente da Autoridade a respeito de eleições gerais condicionais

À luz das circunstâncias catastróficas que enfrenta a causa palestina, em que nosso povo é submetido às mais hediondas campanhas de genocídio, limpeza étnica, cerco e deslocamento em Gaza, Al-Quds e na Cisjordânia, o Presidente da Autoridade Palestina emite declarações perigosas, anunciando sua disposição de realizar eleições gerais das quais não participarão aqueles que se opõem às imposições e condições internacionais.

Nós, os grupos da resistência palestina, afirmamos que essas declarações expressam uma mentalidade excludente e individualista, desconectada da realidade do nosso povo e de seus sacrifícios. Elas buscam impor realidades políticas isoladas do consenso nacional, em um momento histórico crítico que exige unidade e a priorização do interesse nacional acima de cálculos estreitos.

A prioridade máxima para o nosso povo palestino hoje não são eleições formais, mas sim deter a agressão sionista, levantar o cerco, frustrar os planos de deslocamento e erradicação, e defender nossa terra, nossos locais sagrados e nossos direitos nacionais.

Afirmamos também que as declarações do Presidente da Autoridade representam uma grave transgressão dos acordos nacionais alcançados nos encontros do Cairo e de Pequim, e de todas as etapas de diálogo realizadas sob patrocínio árabe e internacional, constituindo um retrocesso no caminho da reconciliação e da reconstrução do projeto nacional palestino com base na parceria.

Impor pré-condições ao processo eleitoral, especialmente no que diz respeito ao programa da OLP e seus compromissos internacionais, é reforçar a abordagem de individualismo, exclusão e divisão, servindo apenas aos objetivos maliciosos da ocupação sionista, que busca fragmentar a sociedade palestina e dilacerar seu tecido nacional.

Reiteramos nossa firme rejeição a qualquer pré-condição imposta ao processo eleitoral e nosso alerta contra o uso das eleições como instrumento para excluir amplas forças e atividades nacionais, sob pretextos populares politicamente inaceitáveis.

A arma da resistência é um direito fundamental do nosso povo, estando vinculada ao fim da ocupação sionista, à libertação de nossa terra e de nossos locais sagrados, e à concretização de nossos objetivos de retorno e libertação.

Conclamamos as massas do nosso firme povo palestino, e suas forças vibrantes e ativas, a enfrentar a abordagem do individualismo e da exclusão, e a trabalhar com empenho e unidade para restaurar nossa unidade nacional, pôr fim à divisão e acordar um programa nacional de resistência que sirva como alavanca para a libertação da terra, e não como cobertura para negligência e coordenação de segurança com o inimigo.

Grupos da Resistência Palestina

Domingo, 08 de Safar de 1447 AH, correspondente a 03 de agosto de 2025.”

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