No último final de semana (dias 15 e 16 de fevereiro) a ditadura sionista de “Israel” voltou a violar os termos do cessar-fogo na Faixa de Gaza, colocando em risco a trégua e agravando a crise humanitária no território palestino. Entre as violações mais graves está o ataque com drones contra policiais que faziam a segurança da distribuição de ajuda humanitária na cidade de Rafá, matando três agentes. Além disso, o regime sionista continua impedindo a entrada de equipamentos essenciais, como casas móveis e máquinas pesadas, que fazem parte do protocolo humanitário estabelecido no acordo de cessar-fogo.
Diante dessas ações criminosas, o movimento de resistência palestino Hamas emitiu uma declaração oficial no domingo (16), denunciando as violações israelenses. No comunicado, o Hamas afirmou:
“O ataque traiçoeiro realizado por um drone sionista na manhã de hoje, a leste da cidade de Rafá, visando policiais responsáveis pela segurança da entrada de ajuda, que resultou no martírio de três deles, constitui uma violação grave do acordo de cessar-fogo.
Este crime e esta violação do cessar-fogo se somam ao desprezo da ocupação e seu fracasso em cumprir os termos do acordo. A mais recente dessas violações foram as declarações da ocupação hoje sobre a não permissão da entrada de caravanas e máquinas pesadas, que haviam sido previamente comprometidas e informadas aos mediadores no final da semana passada.
Além disso, o atraso da ocupação no início da segunda fase das negociações confirma ainda mais sua falta de seriedade em aderir ao acordo, que foi mediado por agentes internacionais e testemunhado pelo mundo. Também expõe as intenções do criminoso de guerra Netaniahu de obstruir o curso do acordo e a troca de prisioneiros, bem como seus esforços para retornar à agressão e cometer mais atos de genocídio.
Enquanto condenamos este crime bárbaro e todas as violações na implementação do acordo e do protocolo humanitário, responsabilizamos totalmente a ocupação pelas repercussões disso.
Também apelamos aos mediadores irmãos para assumirem suas responsabilidades em obrigar o inimigo sionista a cumprir todos os seus compromissos, intervirem para interromper suas repetidas violações do cessar-fogo e garantir a implementação integral do protocolo humanitário e o início imediato das negociações para a segunda fase.”
O governo de Gaza, por meio do seu Escritório de Comunicação, reforçou as acusações, destacando que a recusa israelense em permitir a entrada de materiais essenciais demonstra o total desrespeito ao cessar-fogo. O diretor do referido escritório Salama Maarouf, declarou que a postura israelense equivale a uma sabotagem deliberada do cessar-fogo. Ele também cobrou dos mediadores maior pressão sobre “Israel” para garantir o cumprimento do pacto.
Apesar da entrada de algumas centenas de caminhões de ajuda nos últimos dias, a situação humanitária em Gaza continua alarmante. Organizações internacionais denunciam que “Israel” mantém severas restrições à entrada de suprimentos essenciais, incluindo combustível e equipamentos médicos, comprometendo a sobrevivência da população palestina.
Além disso, a destruição sistemática de moradias continua, conforme apontado por imagens de satélite analisadas pela agência Sanad. A investigação revelou que, desde o início do cessar-fogo, “Israel” demoliu dezenas de casas em Rafá, em uma violação clara dos termos do acordo que previa uma redução progressiva das forças sionistas na região.
A escalada das violações também se estendeu ao Líbano, onde o exército sionista atacou civis em Houla, matando uma mulher e ferindo várias pessoas. Além disso, tropas israelenses realizaram operações de demolição em Kfar Shouba e outras localidades do sul do Líbano, mesmo com o prazo de retirada se aproximando. Essa resistência em abandonar posições no território libanês reforça o caráter expansionista da ocupação sionista e sua determinação em manter sua política de agressão contra os povos árabes.
Outro ataque sofrido pelo povo palestino veio da revelação da colaboração do Reino Unido com “Israel” na violação do acordo. Informações reveladas pelo sítio investigativo Declassified UK apontam que a Força Aérea Real britânica realizou voos de vigilância sobre Gaza durante os dias de libertação de prisioneiros.
As aeronaves partiram da base britânica de Akrotiri, no Chipre, e desligaram seus transponders (transmissor de rádio responsável pela comunicação entre a aeronave e o controle de tráfego aéreo) ao se aproximar da Faixa de Gaza. O governo britânico alega que os voos serviram apenas para monitorar a libertação de reféns israelenses, mas especialistas alertam que essas operações podem ter servido para coletar inteligência militar contra o Hamas, violando o cessar-fogo.
O envolvimento britânico na espionagem de Gaza gerou protestos no Chipre, onde cidadãos repudiam a presença militar britânica na ilha e sua cumplicidade com os crimes israelenses. A crescente indignação sobre o uso da base de Akrotiri reflete a ampliação do repúdio internacional contra a ocupação sionista e seus aliados.
A sucessão de ataques, obstrução da ajuda humanitária, destruição de moradias e ações expansionistas no Líbano confirmam que “Israel” está deliberadamente sabotando o cessar-fogo, buscando pretextos para retomar sua ofensiva genocida contra o povo palestino.
