Membros do governo israelense impediram uma investigação da ONU sobre crimes sexuais supostamente cometidos por combatentes do Hamas durante a Operação de 7 de outubro de 2023. O medo é que isso permita que também se investigue os soldados israelenses.
Segundo um relatório do jornal israelense Haaretz, o governo rejeitou um pedido de Pramila Patten, representante especial do secretário-geral da ONU sobre violência sexual em conflitos, para investigar as acusações contra o Hamas, após ela estabelecer que uma condição necessária seria o acesso aos centros de detenção israelenses para investigar as acusações contra os soldados israelenses.
“A preocupação clara é que Israel será o país adicionado à lista negra de entidades e países envolvidos em violência sexual em conflitos, enquanto a organização terrorista Hamas, na realidade, ficará de fora da lista”, afirmou Mia Schocken, diretora do departamento internacional do Lobby das Mulheres Israelenses, ao Haaretz.
O relatório de quinta-feira (8) surge poucos dias depois que a procuradora israelense Moran Gaz confirmou, durante uma entrevista ao Yediot Ahronoth, que nenhuma acusação de estupro ou agressão sexual por Hamas em 7 de outubro foi registrada.
“No final, não temos nenhum denunciante. O que foi apresentado na mídia em comparação ao que eventualmente se reunirá será completamente diferente”, disse ela, acrescentando que seu escritório “abordou organizações de direitos das mulheres e pediu cooperação. Elas nos disseram que ninguém as procurou”, enfatizou.