Política internacional

‘Israel’ retém corpo de brasileiro assassinado em prisão sionista

Família exige devolução e apela a Lula, enquanto regime sionista ignora pedidos diplomáticos

Mais de um mês após a morte do jovem brasileiro-palestino Walid Khalid Abdalla Ahmad, de 17 anos, o Estado de “Israel” segue se recusando a entregar seu corpo à família. Preso em 30 de setembro de 2024 por supostamente lançar pedras contra soldados da ocupação, Walid morreu em 22 de março de 2025 na prisão de Megido, no norte da Palestina ocupada, após quase seis meses de encarceramento arbitrário, sem julgamento e em condições desumanas. Segundo laudo obtido por advogados, a causa da morte foi “desnutrição prolongada e privação de intervenção médica”, resultado direto de fome, desidratação e infecção grave.

Apesar das pressões diplomáticas do governo brasileiro, o regime sionista não forneceu nenhuma explicação para a retenção do corpo. O Itamaraty se limitou a cobrar “explicações” e “investigação independente”, enquanto o presidente Lula apenas mencionou o caso brevemente durante viagem ao Japão, sem anunciar qualquer medida concreta. O silêncio cúmplice diante da violação de direitos de um cidadão brasileiro mostra o esgotamento de uma política externa que tenta equilibrar-se entre a denúncia superficial e a manutenção da normalidade diplomática com um regime assassino.

A família do jovem tem implorado publicamente pela devolução do corpo. “Gostaria de fazer um apelo ao presidente do Brasil para que nos ajude a conseguir a liberação do corpo do nosso filho, para que possamos sepultá-lo de acordo com os ritos islâmicos”, disse Khaled Ahmad, pai de Walid, à imprensa. Ele afirma que o filho era saudável, estudava em escola particular, jogava futebol e sonhava em cursar Ciências Financeiras e Bancárias na Universidade de Birzeit.

“Esses sonhos foram destruídos após sua morte na prisão israelense em consequência de tortura, doenças, negligência médica, fome e falta de higiene dentro dessas prisões.”

A prisão de Megido é amplamente denunciada por organizações palestinas e internacionais como um centro de tortura sistemática. Segundo a Federação Árabe-Palestina do Brasil, os presos são submetidos a choques elétricos, espancamentos, isolamento, privação de alimentos e assistência médica. Desde o início da guerra genocida em outubro de 2023, o número de mortos sob custódia aumentou drasticamente: já são 300 prisioneiros palestinos assassinados nas cadeias sionistas, incluindo 63 de Gaza. O assassinato de Walid é parte desse massacre contínuo e programado.

Atualmente, cerca de 9.500 palestinos seguem presos por “Israel”, segundo a Comissão de Assuntos de Detentos e Ex-Detentos Palestinos e a Palestinian Prisoners’ Society. São centenas de mulheres e crianças mantidas em cativeiro, muitas sem acusação formal ou julgamento, sob o regime da “detenção administrativa”. Isso inclui 350 crianças, 21 mulheres e 3.405 presos sem processo legal — uma política que, segundo o direito internacional, constitui crime de guerra.

A barbárie, no entanto, não termina com a morte dos prisioneiros. O Estado de “Israel” mantém centenas de corpos palestinos em depósitos refrigerados ou cemitérios militares secretos, como parte de uma política oficial de chantagem. Em 2019, a Suprema Corte sionista legalizou a prática, afirmando que o exército tem o direito de reter cadáveres para usá-los como “moeda de troca”. A retenção do corpo de Walid, portanto, não é um caso isolado, mas parte de uma política genocida e desumana, cujo alvo é toda a nação palestina — inclusive seus cidadãos de dupla nacionalidade.

Frente a um crime dessa magnitude, a manutenção de qualquer relação com o Estado sionista é inadmissível. Ao seguir tratando “Israel” como um parceiro legítimo, o governo Lula ignora o clamor popular e se compromete com os interesses do imperialismo norte-americano, principal financiador da máquina de guerra sionista. Em vez de tomar medidas concretas de ruptura, o governo brasileiro insiste em apelos diplomáticos formais e em notas de pesar impotentes, enquanto um cidadão brasileiro é sequestrado e morto em uma prisão estrangeira.

Romper relações com o Estado de “Israel” é uma exigência mínima diante do assassinato de Walid. Manter embaixadas abertas, promover comércio bilateral e assinar acordos com um regime genocida é pactuar com a tortura, o sequestro e a morte.

A política externa do governo Lula, que se apresenta como “solidária ao povo palestino”, revela seu limite diante da necessidade de ações concretas. Não basta denunciar em discursos ou se abster em votações internacionais. É preciso agir. É preciso romper.

A morte de Walid Khalid Abdalla Ahmad, sua prisão sem julgamento, a tortura que sofreu e o sequestro de seu corpo constituem um crime de guerra contra um cidadão brasileiro. A resposta não pode ser outra senão a ruptura imediata e definitiva das relações diplomáticas, comerciais e militares com o Estado de “Israel”. Essa é a única posição compatível com a luta dos povos oprimidos.

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