Pelo menos 40 palestinos foram mortos, muitos carbonizados vivos, em uma série de ataques aéreos israelenses contra campos de refugiados em Khan Younis e na região de al-Mawasi, no sul da Faixa de Gaza, segundo relatos da Defesa Civil local. Os bombardeios, que atingiram tendas onde famílias deslocadas buscavam abrigo, são mais um caso macabro durante a ofensiva de caráter nazista de “Israel” após a sua quebra unilateral do acordo de cessar-fogo.
Dois mísseis atingiram um aglomerado de tendas em al-Mawasi, uma área que “Israel” havia classificado como “segura” para civis, matando 16 pessoas – a maioria mulheres e crianças – e deixando 23 feridos.
Israa Abu al-Rus, uma sobrevivente, descreveu o horror à AFP:
“Estávamos sentados na tenda, em paz, quando de repente vimos um clarão vermelho. A explosão veio em seguida, e tudo pegou fogo. Corremos em direção ao mar, mas só víamos as chamas consumindo as tendas. Como isso pode acontecer em uma área que disseram ser segura?”
Outros ataques atingiram campos em Beit Lahia (7 mortos) e nas proximidades de al-Mawasi (um pai e seu filho mortos). Em Jabalia, ao menos 13 pessoas foram mortas em dois ataques separados – incluindo sete membros da família Asaliya e seis pessoas em uma escola que servia de abrigo.
Este não é o primeiro massacre do tipo em Khan Younis. Em 18 de março, ataques israelenses incendiaram tendas de refugiados, matando dezenas de civis queimados. A região tem sido alvo frequente de operações militares desde o início da guerra, com relatos de bombardeios indiscriminados contra áreas civis, hospitais e abrigos temporários.
A situação se agravou após o colapso do cessar-fogo negociado em janeiro, quando o regime sionista retomou os ataques em larga escala. Na quarta-feira (17), o governo israelense anunciou a transformação de 30% da Faixa de Gaza em uma “zona-tampão”, incluindo o chamado “Corredor Morag”, que divide Rafá do resto do território. O objetivo declarado é isolar a região, mas até organizações humanitárias controladas pelo imperialismo alertam que a medida aumenta o deslocamento forçado e sufoca a população civil.
A ofensiva israelense já matou mais de 52 mil palestinos desde outubro de 2023. Agora, com a intensificação dos ataques, a situação se deteriora rapidamente. Em um comunicado conjunto, 12 organizações, incluindo Oxfam e Save the Children, denunciaram:
“Toda a população de Gaza depende de ajuda humanitária para sobreviver. A fome, a falta de abrigo e o colapso do sistema médico estão criando uma catástrofe sem precedentes.”
O Catar, que mediou acordos anteriores, denunciou o Estado sionista de apartheid de violar os termos do cessar-fogo, enquanto o Hamas rejeitou novas propostas por não garantirem um fim permanente da guerra ou a retirada total das tropas israelenses.