Faixa de Gaza

‘Israel’ quer destruir cidade de Rafá para criar ‘zona tampão’

Cidade está localizada no sul do enclave e faz fronteira com Egito

Nesta quarta-feira (09), o jornal sionista Haaretz noticiou que “Israel” quer destruir a cidade de Rafá para ocupá-la e fazer dela uma “zona tampão”.

A cidade está localizada no sul da Faixa de Gaza, fazendo fronteira com o Egito, onde há uma faixa de terra chamada Corredor Filadélfia, atualmente ocupada pelas forças israelenses de ocupação.

“A área, com 75 quilômetros quadrados, está localizada entre as rodovias Filadélfia e Murag e inclui a cidade de Rafá e seus bairros vizinhos. Os moradores não poderão retornar, e a demolição de todos os prédios está sendo considerada”, informou o Haaretz.

Segundo o Haaretz, a entidade sionista já começou a emitir ordens para que os palestinos evacuem a cidade.

Desde a retomada do genocídio, em 18 de março, “Israel” retomou o controle do chamado Corredor Netzarim, que divide o norte do sul de Gaza.

A “rodovia” Murag à qual o Haaretz faz referência é, na realidade, uma faixa de terra entre as cidades de Rafá e Khan Iunis, ambas no sul de Gaza.

Recentemente, “Israel” declarou que as forças de ocupação estão agindo para tomar o controle do corredor Murag, para isolar Rafá do restante de Gaza, o que faz parte do plano de fazer da cidade uma “zona tampão”.

Conforme informado pelo portal de notícias The Cradle, desde que a guerra foi retomada unilateralmente por “Israel”, a entidade sionista já ocupou 50% da Faixa de Gaza. O portal também informa que a região que “Israel” pretende tornar uma zona tampão corresponde a um quinto do enclave palestino.

Bombardeio sistemático contra a cidade de Rafá já vem sendo realizado, tanto para assassinar palestinos quanto como parte do plano para ocupar a cidade.

O Hamas, principal organização da Resistência Palestina, se pronunciou sobre os bombardeios, afirmando que “o que a cidade de Rafá está testemunhando em termos de bombardeios de casas e blocos residenciais e destruição de infraestrutura representa uma escalada perigosa na brutal guerra genocida contra nosso povo. É uma tentativa desesperada de reivindicar uma conquista militar por meio da prática de crimes de guerra e crimes contra a humanidade — violações flagrantes do direito internacional — perpetrados pelo chefe do governo sionista fascista diante dos olhos e ouvidos do mundo inteiro”.

O partido palestino também denunciou a tentativa criminosa de criar o novo corredor, que isolaria Rafá, assim como de tornar a cidade uma “zona tampão”, ações que teriam como objetivo isolar completamente Gaza:

“O anúncio do criminoso Netanyahu sobre a criação do que ele chamou de ‘Corredor Filadélfia 2’ e as ações do exército de ocupação fascista para impor uma nova realidade na cidade de Rafá, isolá-la do restante da Faixa de Gaza, deslocar à força seus moradores e anexá-la à chamada zona tampão na fronteira com nosso país irmão, o Egito, confirmam que a ocupação criminosa, de cunho nazista, não visa apenas Rafá. Em vez disso, busca isolar completamente Gaza de sua profundidade árabe e privar nosso povo de sua única porta de entrada para o mundo exterior.”

O Hamas acrescenta que “o que está acontecendo em Rafá personifica um modelo flagrante de genocídio, limpeza étnica e deslocamento forçado”, e denuncia que “isso não poderia ter acontecido sem o silêncio regional e internacional e a ausência de decisões decisivas e dissuasivas contra os líderes do governo criminoso de ocupação fascista”.

Frisando que a nova ofensiva genocida de “Israel” “exige ação urgente da comunidade internacional e das nações árabes e islâmicas para detê-lo”, o Hamas exorta “às massas da nossa Ummah e a todos os povos livres do mundo para que levantem suas vozes em alto e bom som contra esses crimes em andamento e exerçam pressão para tomar posições efetivas que ponham fim a essa agressão fascista e frustrem os planos da ocupação de deslocar nosso povo e liquidar nossa causa”.

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