Nesta semana, um novo confronto entre as forças governamentais do novo regime sírio, drusos e beduínos eclodiu no sul do país, concentrando-se na cidade Sueida, majoritariamente habitada por drusos. Conforme já noticiado por este Diário, “Israel” bombardeou vários pontos estratégicos na Síria, sejam militares, seja de infraestrutura, inclusive na capital, Damasco.
Justificando os bombardeios criminosos, “Israel” utilizou como pretexto uma suposta defesa dos drusos. Setores dessa população vêm sendo estimulados pela entidade sionista a agir contra a unidade da Síria, o que vem ocorrendo abertamente e de forma cada vez mais acentuada desde que “Israel” invadiu e ocupou o sudoeste do país após o golpe que derrubou Bashar Al-Assad em 2024.
O golpe, patrocinado pelo imperialismo, pelo sionismo e pela Turquia, levou ao poder o Hayat Tahrir Al-Sham (HTS), grupo que se originou da Frente Nusra, antigo braço da Al-Qaeda na Síria.
Ahmed al-Shaara, líder do grupo, foi alçado à posição de presidente e vem sendo utilizado pelo imperialismo em sua ofensiva contra o Irã e demais forças revolucionárias na região: em inúmeras oportunidades, Al-Shaara declarou o Irã e grupos revolucionários xiitas como seus principais inimigos, ao mesmo tempo em que busca aliança com “Israel”, aliança esta que inclui tratativas para normalizar as relações entre ambos os países. Apesar disto, “Israel” continua a violar a soberania da Síria e a atacar o povo sírio.
Nessa conjuntura, o Hesbolá emitiu um declaração condenando os recentes bombardeios sionistas contra Damasco e outras cidades e locais na Síria, chamando-os de um “ato covarde de agressão”, que têm o objetivo de desestabilizar nações soberanas, semear divisões internas e se apresentar falsamente como garantidor da segurança regional, conforme noticiado pela emissora libanesa Al Mayadeen:
“Esta agressão nada mais é do que mais um capítulo na estratégia mais ampla do inimigo israelense”, consta na declaração do Hesbolá. O partido igualmente denuncia o pretexto utilizado por “Israel”, de proteger os drusos: “ele se apresenta como um salvador, quando, na verdade, é a fonte de toda a instabilidade”, apontando também que as ações sionistas servem apenas para confirmar que a ocupação israelense é “a maior ameaça à segurança e estabilidade da região”.
Os partidos e organizações que compõem a Resistência Palestina se pronunciaram condenando a agressão israelense. Conforme noticiado no canal de comunicação Resistance News Network, o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) afirmou que esta agressão fascista, que levou ao martírio de dezenas de militares, forças de segurança e civis sírios, é uma violação flagrante do direito internacional,
O partido que lidera a Resistência Palestina também reafirmou sua total solidariedade com a Síria e apelou a todas as nações árabes e islâmicas, juntamente com os povos livres do mundo, para que se unam e enfrentem esta contínua agressão sionista e os planos da ocupação que visam a vontade e a independência da região. Demais organizações se pronunciaram no mesmo sentido.
Um pronunciamento também foi feito pelo Ansar Alá, partido revolucionário que lidera o Iêmen na luta contra o sionismo e o imperialismo na região. Ele também denunciou o ataque israelense à Síria como parte de um plano imperialista mais amplo para dominar o mundo árabe e islâmico, e exortou uma resposta árabe-islâmica unificada e o fim do silêncio diante da agressão de “israel”.
Apesar de um cessar-fogo ter sido anunciado na quarta-feira, o exército sírio ter se retirado de Sueida, e o presidente sírio, Ahmed al-Shaara, ter declarado estar trabalhando com líderes drusos, e que a proteção da comunidade drusa é uma prioridade do governo, os confrontos continuaram na quinta-feira (17).
Em canais de comunicação no Telegram, foram divulgadas notícias e vídeos de que drusos teriam cometido massacres contra beduínos, alvejando mulheres e crianças. Captura de imagem em vídeo também mostra bandeira drusa com a Estrela de Davi:
Há igualmente denúncia de que um soldado israelense que participou do genocídio em Gaza teria sido visto na região de Sueida. No mesmo sentido, um vídeo divulgado mostra milícias drusas celebrando a chegada de veículos das forças de ocupação em território no sul da Síria:
Em resposta a agressão das milícias drusas apoiadas pelos sionistas, tribos beduínas teriam declarado uma mobilização geral no oeste da Síria.
Os recentes ataques de “Israel” contra a Síria, seja através de bombardeios, seja impulsionando milícias drusas locais, faz parte da ofensiva do imperialismo contra o Hesbolá. Conforme noticiado por este Diário, o imperialismo, com os Estados Unidos à frente, vem exigindo o desarmamento completo do partido revolucionário xiita, como condição para normalizar relações com o Líbano, e supostamente garantir que “Israel” pare os ataques ao país. Diante da resistência do Hesbolá, os EUA chegaram ameaçar uma guerra contra o Líbano, utilizando a Síria para isto.
Essa ofensiva do imperialismo contra o Hesbolá ocorre no âmbito da ofensiva imperialista mundial do imperialismo, que, na região do Oriente Próximo, tem o Irã como alvo principal.





