Genocídio na Palestina

‘Israel’ intensifica bombardeios em Gaza e assassina 100 em 48h

Exército sionista bombardeou tendas, casas e áreas civis por toda a Faixa de Gaza

A Faixa de Gaza voltou a ser alvo de uma intensa campanha de bombardeios coordenados pelas forças armadas de “Israel” entre os dias 18 e 19 de abril, com ataques aéreos, terrestres e navais atingindo simultaneamente norte, centro e sul do território palestino ocupado. Em apenas dois dias, ao menos 93 palestinos foram assassinados e outros 219 ficaram feridos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza. O número de mortos já ultrapassa a marca de 51 mil desde 7 de outubro de 2023, evidenciando o caráter genocida da ofensiva promovida pelo regime sionista contra a população civil.

Os ataques mais recentes atingiram acampamentos de refugiados, residências, ruas movimentadas, mesquitas, campos agrícolas e até equipes de resgate, que continuam enfrentando extrema dificuldade para acessar as áreas bombardeadas devido à destruição em larga escala e à continuidade dos ataques. Em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, veículos aéreos não tripulados (VANTs) e helicópteros atacaram sucessivamente regiões habitadas por famílias deslocadas, incluindo tendas próximas ao hospital britânico de campanha e ao hotel Al-Amal. Em um único ataque a uma tenda da família Abu Nada, quatro pessoas foram assassinadas e dezenas ficaram feridas.

Os bombardeios também provocaram massacres em outras localidades: em Al-Saftawi, no norte de Gaza, quatro pessoas — incluindo duas crianças — foram mortas por um VANT; em Jabalia, três mulheres e uma criança foram assassinadas por um míssil; em Beit Lahia, ataques de VANTs provocaram a morte de pelo menos quatro pessoas. Na Cidade de Gaza, mísseis atingiram a região de Zeitoun, enquanto artilharia pesada bombardeou Shuja’iyya e o leste da cidade.

No campo de refugiados de Khan Younis, uma casa da família Abu Shamala foi bombardeada pela segunda vez em menos de uma semana. No primeiro ataque, catorze pessoas ficaram feridas — entre elas, doze crianças e duas mulheres. No segundo, uma pessoa morreu e outras vinte ficaram feridas, a maioria também crianças. Em outra ação, um bebê de 18 meses, Kenan Adwan, morreu em decorrência dos ferimentos causados por estilhaços.

Entre os dias 18 e 19, ocorreram dezenas de ataques coordenados, como demonstra o detalhamento abaixo:

  • Ataques de VANTs, tanques e aviões de guerra em todas as regiões de Gaza;
  • Bombardeios sobre o bairro de Tuffah, Zeitoun e áreas orientais da Cidade de Gaza;
  • Shellings intensos em Beit Hanoun, Beit Lahia, Rafá, Nuseirat e Mawasi;
  • Bombardeios marítimos na costa noroeste e central da Faixa;
  • Destruição de casas inteiras, como a da família Aslih, em Khan Younis;
  • Ataques contra veículos civis e ambulâncias, como na região de Al-Ansar, Zuweida;
  • Ofensivas deliberadas contra equipes de defesa civil e áreas agrícolas.

Ao todo, mais de 30 bombardeios distintos foram registrados ao longo das últimas 48 horas. A violência atinge níveis tão elevados que os serviços de resgate não conseguem alcançar as vítimas soterradas. A destruição massiva das vias de acesso, combinada com o bombardeio direto de ambulâncias, postos de socorro e instalações civis, impede a chegada de ajuda aos locais atingidos.

Desde a quebra do acordo de cessar-fogo por “Israel”, em 18 de março, já são 1.783 mártires e 4.683 feridos registrados. A população de Gaza segue sendo alvo de uma campanha de extermínio sistemático, sem precedentes na história recente do Oriente Médio.

Porta-voz das Brigadas Al-Qassam denuncia possível assassinato de prisioneiro por ‘Israel’

Em resposta à intensificação dos ataques, o porta-voz das Brigadas Al-Qassam, Abu Obeida, revelou que o grupo conseguiu recuperar o corpo de um combatente encarregado da segurança do prisioneiro Edan Alexander, de nacionalidade israelense. No entanto, o paradeiro desse prisioneiro e de outros mantidos pela resistência segue desconhecido.

Segundo Abu Obeida, a resistência tem feito todos os esforços possíveis para preservar a vida dos prisioneiros, apesar da brutalidade dos ataques sionistas. No entanto, ele alertou que “suas vidas estão em risco devido às operações criminosas de bombardeio levadas a cabo pelo exército inimigo”. O porta-voz também denunciou as tentativas do regime sionista de manipular informações ao divulgar supostos testemunhos falsos de ex-prisioneiros, no intuito de difamar a resistência e ocultar o assassinato deliberado de prisioneiros por parte de seu próprio exército.

Soldado sionista morto e veículos destruídos em operação da resistência

A resistência palestina, por sua vez, continua respondendo aos ataques com ações coordenadas contra as tropas invasoras. No sábado (19), combatentes das Brigadas Al-Qassam realizaram uma emboscada contra forças inimigas no bairro de al-Tuffah, na Cidade de Gaza. Um veículo militar Hummer foi atingido por um míssil antitanque, resultando na morte de um sargento-major do exército sionista e ferimentos em outros quatro soldados — dois em estado grave.

Durante a operação, uma equipe de resgate foi surpreendida por um artefato explosivo, que causou a morte de outro militar e deixou dois feridos. Ainda na mesma região, um tanque Merkava 4 e uma escavadeira blindada D9 foram destruídos por projéteis Yassin 105 lançados pela resistência.

Esse foi o primeiro registro oficial de militares sionistas mortos em Gaza desde a retomada dos combates após o fracasso das negociações de cessar-fogo.

Hamas reafirma: sem cessar-fogo, não haverá acordo sobre prisioneiros

Enquanto isso, o Hamas anunciou que uma delegação do movimento se reuniu com o chefe da inteligência turca, Ibrahim Kalin, para discutir os últimos desdobramentos da guerra genocida contra Gaza. O grupo reafirmou que está disposto a negociar um acordo abrangente de troca de prisioneiros, desde que “Israel” aceite um cessar-fogo imediato e retire suas tropas da Faixa de Gaza.

Os representantes do Hamas denunciaram também os crimes sionistas na Cisjordânia, incluindo ataques sistemáticos contra campos de refugiados e fiéis na mesquita de Al-Aqsa, em Al-Quds ocupada.

Durante o encontro, Kalin reafirmou a solidariedade da Turquia à luta palestina e condenou as políticas expansionistas do regime sionista, afirmando que o governo turco seguirá apoiando os esforços internacionais por um cessar-fogo permanente.

Famílias de prisioneiros israelenses criticam Netaniahu

Por fim, os próprios familiares dos prisioneiros israelenses denunciaram o primeiro-ministro Benjamin Netaniahu por impedir um acordo de libertação dos cativos em função de interesses políticos pessoais.

“A pressão militar não libertou nossos filhos, apenas os colocou em maior perigo”, afirmaram. Os familiares chegaram a apelar ao ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para que intervenha diretamente no conflito.

A sequência de massacres promovidos por “Israel” expõe mais uma vez a falência da política de submissão às potências imperialistas e o caráter genocida do regime sionista, que segue impune perante a chamada “comunidade internacional”. A única barreira real ao extermínio do povo palestino é a resistência armada e organizada que, mesmo diante da brutalidade, permanece ativa e determinada.

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