Faixa de Gaza

‘Israel’ humilhado: mais uma operação do exército chega ao fim

Imprensa israelense admite fracasso das forças de ocupação em alcançar os objetivos declarados da operação Carruagens de Gideão

Na última quinta-feira (31), as forças israelenses de ocupação começaram a se retirar do norte da Faixa de Gaza. A decisão pela retirada seguiu-se após as próprias forças de ocupação terem anunciado o fim da Operação Carruagens de Gideão.

Essa operação começou em 4 de maio de 2025, quando o governo israelense aprovou plano para uma ofensiva contra o norte de Gaza que tinha como objetivos declarados derrotar militar e politicamente o Hamas, libertar os prisioneiros israelenses, controlar totalmente a entrada de ajuda humanitária e dominar todo o território da Faixa de Gaza.

Nesta segunda-feira (04), jornais e portais de notícias da imprensa israelense reconheceram o fracasso da Operação Carruagens de Gideão.

The Times of Israel, um dos principais jornais de “Israel”, publico matéria com o título “a Operação ‘Carruagens de Gideão’ chega ao fim, com metas prometidas não cumpridas”.

Na matéria, é apontado que quando a ofensiva foi iniciada, “o Ministro da Defesa, Israel Katz, e outras autoridades israelenses afirmaram que a operação previa “conquistar Gaza” e manter o território; deslocar a população civil palestina para o sul da Faixa; atacar o Hamas; e impedir que o grupo terrorista assumisse o controle dos suprimentos de ajuda humanitária”, acrescentando que “os principais objetivos da Carruagens de Gideão, disseram eles, eram ‘a derrota do Hamas em Gaza e a libertação de todos os reféns’”.

The Times of Israel teve de reconhecer que “nenhuma dessas metas e objetivos foi alcançada”.

Detalhando o fracasso, o jornal afimar que 48 soldados das forças de ocupação foram eliminados desde o começo da operação. Certamente trata-se de um número subestimado, pois “Israel” esconde o real número de baixas. Mas, ainda assim, expõe o fracasso militar das forças de ocupação.

O jornal afirma que as forças de ocupação destruíram completamente o Hamas em Gaza. A falsidade da afirmação fica óbvia em face das rotineiras operações militares que o Hamas e outras organizações da Resistência Palestina continuam realizando no norte de Gaza.

Apesar da afirmação falsa, The Times of Israel é obrigado a admitir que “em Khan Younis, no sul, imagens recentes mostraram um esquadrão de pelo menos 12 homens armados do Hamas tentando armar uma emboscada para as tropas da IDF, indicando um alto nível de competência entre as forças do grupo terrorista na cidade de Gaza, no sul

A respeito do controle sobre a ajuda humanitária, o jornal admitir que “o método de distribuição de ajuda do GHF parece ter sido um fracasso colossal, com relatos de tiroteios mortais diários por soldados da IDF perto de locais de ajuda, juntamente com alegações crescentes de fome generalizada na Faixa de Gaza”. A GHF (Gaza Humanitarian Foundation) é uma organização controlada pelos Estados Unidos e por “Israel”, e seus postos de distribuição fazem parte da política de matar os palestinos de fome, utilizando a fome como arma contrarrevolucionária contra a Resistência Palestina.

The Times of Israel acrescenta que “sob pressão internacional para evitar uma fome generalizada, Israel mudou drasticamente sua política para permitir que mais ajuda chegasse para ser distribuída pela ONU, além de facilitar o lançamento aéreo pela primeira vez em quase um ano. Israel admite que a ajuda entregue dessa forma pode acabar nas mãos do Hamas

Quanto a expulsar toda a população palestina do norte, deslocando-a forçadamente para o sul de Gaza, as forças de ocupação também fracassaram. The Times of Israel é obrigado a admitir o fracasso: “a população palestina praticamente não foi transferida para o sul de Gaza, com mais de um milhão de civis ainda residindo na Cidade de Gaza, ao norte, e cerca de 350.000 em Deir al-Balah, no centro de Gaza”.

O fracasso foi reconhecido também pelo portal de notícias Yedioth Ahronoth (Ynet), um dos principais de “Israel”. Em sua publicação, Ynet afirma que “a Operação Carruagens de Gideão termina sem atingir objetivos principais e disputas internas sobre estratégia para Gaza”.

Este fracasso também é acompanhado de um racha na polícia israelense em Al-Quds (Jerusalém).

Polícia israelense racha em Jerusalém, e crise de “Israel” se aprofunda

Nesta segunda-feira, o jornal israelense Haaretz noticiou que um racha está ocorrendo na polícia israelense de ocupação em Jerusalém.

O racha está acontecendo por causa da política de Itamar Ben-Gvir, ministro da Polícia da entidade sionista, e um dos principais líderes da extrema-direita israelense e de suas milícias fascistas (os chamados colonos).

Recentemente, Ben-Gvir vem tentando impor mudanças na situação da ocupação israelense em relação ao complexo da Mesquita de Al-Aqsa, um dos locais mais sagrados do islamismo.

Dentre as mudanças, o ministro que permitir orações públicas para os colonos dentro do complexo de Al-Aqsa e a extensão do horário de incursão. Para isto, ele buscou apoio de Danny Levy, comissário da polícia de ocupação em Jerusalém, contra Amir Arzani, o comandante da polícia.

Segundo o jornal israelense, “Arzani se opôs a iniciativas como permitir orações públicas e estender significativamente o horário de visitação para fiéis judeus no Monte”. Haaretz também noticia que Ben-Gvir e o comissário, querem transferir o comandante para outro cargo dentro da polícia de ocupação.

Por outro lado, o comandante teria dito que não planeja renunciar antes do final de 2026. Na mais recente invasão de Ben-Gvir e dos colonos sionistas ao complexo de Al-Aqsa, no domingo, o comandante não esteve presente.

A pressão exercida por Ben Gvir não é desvinculada do governo israelense: conforme o Haaretz, “ele também não foi convidado para uma reunião em fevereiro com o primeiro-ministro Netanyahu sobre os preparativos da polícia para o Ramadã”. 

Imperialismo tenta se afastar de Netaniahu

Paralelamente a isto, membros sionistas do Partido Democrata dos Estados Unidos estão tentando se distanciar de Benjamin Netaniahu.

O Partido Democrata é o partido do ex-presidente Joe Biden. Foi no decorrer do seu mandato que se deu a maior parte da atual guerra genocida contra os palestino, genocídio este que contou com a participação ativa dos Estados Unidos.

O motivo pelo qual esses sionistas do Partido Democrata estão tentando se afastar de Netaniahu é a crescente dificuldade do imperialismo em apoiar o sionismo, que mata crianças palestinas de fome diariamente. 

Especificamente, o distanciamento é uma tentativa de impedir que o apoio à Palestina seja ainda maior durante as eleições vindouras, previstas para 4 de novembro de 2025. Esta eleição intercalar inclui eleições para governador e para o legislativo estadual em alguns estados, além de inúmeras disputas para prefeito e para diversos outros cargos locais em disputa. Também ocorrerão eleições especiais para o Congresso dos Estados Unidos para assentos recém-vagos.

A CNN também informa que “alguns líderes partidários temem, em particular, que a mudança já seja irreversível”. 

Nesse sentido, a emissora libanesa Al Mayadeen também informa que as críticas a “Israel” em meio aos democratas “não se limitam mais à ala progressista do partido”, acrescentando que “muitos democratas centristas expressam frustração com o que consideram pressão indevida do governo israelense e de grupos de lobby como o AIPAC”. A emissora cita o senador Brian Schatz, do Havaí, que é judeu e considerado uma figura em ascensão no Senado, que diz ser ridículo confundir críticas ao governo israelense com antissemitismo.

Ele afirma que “há um reconhecimento de que Netanyahu está tornando Israel, israelenses e judeus inseguros em todo o mundo“.

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