Nesta terça-feira (18), as forças israelenses de ocupação realizaram mais avanços em sua ocupação do sul da Síria.
Descrita por órgãos de imprensa como “a maior incursão já feita”, um comboio das forças israelenses de ocupação, composto por aproximadamente 50 veículos militares, avançou para o vilarejo de Narisiriá, na fronteira entre as províncias de Quneitra e Daraa, conforme noticiado pelo canal de comunicação Daraa 24.
Citando fontes locais, o canal informou que as forças utilizaram-se de escavadeiras militar para demolir estabelecimentos militares que costumavam pertencer ao Exército Árabe Sírio (exército sob o governo nacionalista de Bashar al-Assad), acrescentando que disparos de tiros foram ouvidos durante as operações.
A situação também foi noticiada pelo jornal Al-Araby Al-Jadeed, que, citando um cidadão de Quneitra chamado Saeed Al-Mohammad, informou que “veículos militares israelenses estão varrendo os campos na vila de Al-Adnaniyah há horas, e os moradores temem uma repetição do cenário de deslocamento forçado”. Ele informou também que “esta incursão não é aleatória; Israel pretende deslocar moradores criando um ambiente militar hostil, o que faz parte de uma política sistemática de limpeza demográfica”.
No mesmo sentido foi o depoimento de Khaled Bakr, outro morador de Quneitra, que, também falando ao Al-Araby Al-Jadeed, afirmou que “a incursão faz parte de um plano israelense mais amplo que visa mudar o equilíbrio de poder no sul da Síria, minando qualquer presença militar perto da fronteira”.
O avanço sionista ocorre sem qualquer oposição por parte do Hayat Tahrir al-Sham (HTS), milícia de mercenários que agora detém o poder do Estado sírio após golpe do imperialismo contra Bashar al-Assad, em dezembro de 2024. O HTS não só não combate o avanço sionista, como recentemente massacrou centenas de civis sírios, alauitas em sua maioria, e perpetra ataques contra clãs xiitas no Líbano, nas proximidades da fronteira com a Síria. Nestes ataques, os mercenários chegaram inclusive a invadir vilas libanesas recentemente, como Housh al-Sayyid Ali, roubando e destruindo moradias da população xiita local.