Oriente Médio

‘Israel’ e governo sírio arquitetaram massacre contra drusos

Reportagem do portal de notícias The Cradle mostra provas de que o sionismo e o imperialismo atuaram no conflito entre drusos e beduínos para manter o país dividido e expandir

No domingo (27), o portal de notícias The Cradle publicou matérias com informações fornecidas por seu correspondente local na Síria.

O portal afirma, baseado em provas, que o recente conflito entre drusos e beduínos na Síria, foi arquitetado pelos EUA e “Israel”, com a finalidade de manter divisões sectárias dentro da Síria, permitindo que “Israel” continuem utilizando os drusos para impedir a unidade nacional síria.

Do ponto de vista geográfico, um dos interesses de “Israel” seria ocupar todo o sul da Síria, e criar o chamado Corredor de Davi, uma rota sob o domínio da entidade sionista, que se estenderia desde as Colinas do Golã até o Curdistão Iraquiano.

Foi em 13 de julho que se iniciaram os mais recentes confrontos na Síria envolvendo os drusos. Os confrontos duraram cerca de uma semana, e envolveu, de um lado, drusos, e de outro, tribos beduínas e militares do atual governo da Síria. Mais de 1.000 pessoas, considerando ambos os lados do conflito e perdas civis.

The Cradle aponta que, apesar do governo da Síria ter ordenado tropas para Suwayda, no dia 15, com a finalidade de parar os confrontos, as tropas enviadas se juntaram aos combatentes das tribos beduínas.

Citando a Reuters, agência britânica de notícias, The Cradle afirma que a violência contra os drusos pioraram após a chegada das tropas governamentais, ocorrendo muitos massacres e destruição de casas e propriedades. O portal de notícias também afirma que apoiadores do governo relataram o mesmo.

Após descrever massacres que ocorreram durante os confrontos, The Cradle fala sobre a intervenção de “Israel”, que, sob o cinismo de proteger os drusos, bombardeou prédios do governo em Damasco, inclusive o Ministério da Defesa e as proximidades do Palácio Presidencial.

Afirmando o papel de “Israel” e dos EUA em permitir massacres contra os drusos, The Cradle informa, citando o portal de notícias Al-Daraj que “7.000 a 10.000 combatentes árabes das tribos Al-Oqaydat e Al-Nu’aim […] viajaram mais de 1.120 quilômetros de Deir Ezzor, supostamente para se vingar dos drusos, embora essas tribos não tivessem nenhuma relação com as tribos árabes em Suwayda” e “que combatentes tribais viajaram de áreas em Deir Ezzor controladas não apenas pelo Hayat Tahrir al-Sham (HTS) de Sharaa, mas também pelas Forças Democráticas Sírias (FDS), apoiadas pelos EUA e lideradas pelos curdos. Os combatentes passaram facilmente pelos postos de controle”.

The Cradle diz que uma das evidências de que EUA e “Israel” (e o governo Sìrio) arquitetaram o massacre é que “enquanto as SDF, aliadas dos EUA e de Israel, permitiram que os combatentes tribais passassem por seus postos de controle, a força aérea israelense não tomou nenhuma atitude para bombardear seus comboios enquanto eles viajavam por horas pelo deserto aberto da Síria”.

O portal também afirma que autoridades dos EUA encorajaram o presidente da Sìria a lançar um ataque contra os drusos de Suwayda, e que esse ataque não teria sido feito sem a permissão dos EUA, pois “Israel” já tinha abertamente comprometido a defender os drusos, bem como exigido que o sul da Sìria fosse uma zona desmilitarizada.

Citando a Reuters, agência britânica de notícias, The Cradle informa que “o governo da Síria interpretou mal como Israel responderia ao envio de suas tropas para o sul do país esta semana, encorajado pela mensagem dos EUA de que a Síria deveria ser governada como um estado centralizado”.

Mas The Cradle acredita ser altamente improvável que o presidente da Síria e sua equipe militar tenham interpretado mal as permissões dos EUA e as ameaças de “Israel”, principalmente porque o governo sírio e a entidade sionista estavam em comunicação sobre como resolver os confrontos.

O portal também afirma que  “na sexta-feira 18 de junho, enquanto os drusos aterrorizados continuavam a esperar em vão que Israel e os EUA interviessem com força para pôr fim ao massacre, Israel permitiu massacres adicionais ao anunciar que permitiria a “entrada limitada” de forças sírias em Suwayda por ‘48 horas’”.

Afirma que “Israel” teria dado luz verde para as forças sírias entrarem em Suwayda, apesar de terem massacrados os druso.

Segundo The Cradle, o interesse de “Israel” e dos EUA é estimular os drusos a pedirem socorro cada vez mais “Israel”, tendo em vista a intensidade de massacres e o perigo de outros. “Quanto mais os drusos se voltam para Israel, mais eles são vistos como ‘traidores’ por muitos sunitas da Síria, aprofundando ainda mais a divisão sectária do país”.

“Israel está agora posicionado para usar sua alegada “proteção” dos drusos como pretexto para expandir sua ocupação do sul da Síria, incluindo Suwayda, e estabelecer o chamado Corredor de David, ligando as Colinas de Golã ocupadas por Israel à base militar dos EUA em Al-Tanf, aos seus aliados curdos nas SDF no nordeste da Síria e, em seguida, ao Iraque”, conclui The Cradle.

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