Oriente Médio

‘Israel’ aproveita últimos dias para intensificar genocídio

Ditadura sionista tenta mascarar derrota matando mais palestinos na reta final do conflito

Pressionado por um lado pelos EUA a encerrar a campanha de genocídio contra a população palestina e, por outro, pela extrema direita do sionismo, que não aceita parar a matança do povo árabe, o governo nazista do primeiro-ministro Benjamin Netaniahu mantém a política de martírio dos habitantes da Faixa de Gaza, mesmo após negociadores do Hamas e de “Israel” terem concordado com um cessar-fogo para entrar em vigor no próximo domingo (19).  As forças da ocupação continuam bombardeando a Faixa, com ataques que mataram dezenas de pessoas nas últimas 24 horas. Um dos ataques mais mortais do período ocorreu logo após o anúncio do acordo de cessar-fogo e culminou na chacina de 20 palestinos em Jabalia, no norte de Gaza.

“Enquanto celebrávamos o anúncio do cessar-fogo, os aviões de guerra israelenses nos pegaram de surpresa. Acordei e me encontrei no hospital com ferimentos na cabeça”, disse um menino com a cabeça enfaixada ao repórter Ibrahim al-Khalili, da rede catarens Al Jazeera, presente no local do ataque. “Todos os meus irmãos e minhas tias foram mortos. Sobrevivi milagrosamente quando um membro da defesa civil me retirou debaixo dos escombros.”

Abdullah Khadr contou à reportagem de Al Jazeera que sua família havia se reunido para ouvir o anúncio do cessar-fogo. “Quando estava prestes a dormir, ouvi uma explosão alta. Saí correndo e encontrei o prédio inteiro ao lado reduzido a escombros; nada além de destroços, poeira e fumaça subindo para os céus escuros”, disse ele. “Ouvi gritos sob as ruínas de concreto. Alguns membros da defesa civil correram para nos ajudar e, com as próprias mãos, conseguiram retirar os mortos e alguns sobreviventes”, concluiu.

Pelo menos 21 crianças e 25 mulheres estão entre os 78 palestinos assassinados em Gaza desde o anúncio do acordo de cessar-fogo, enquanto os ataques aéreos israelenses se intensificam. Netaniahu, por sua vez, cancelou uma votação do gabinete de guerra sobre o acordo de cessar-fogo, alegando que o Hamas “violou” alguns dos termos sem dizer quais, uma acusação que o grupo palestino nega veementemente. O oficial do Hamas Izzat al-Risheq afirmou que o acordo alcançado em Doha, no Catar, atende a todas as condições do grupo, incluindo a retirada total das forças israelenses, o retorno dos deslocados às suas casas e o fim permanente da guerra.

A campanha genocida de “Israel” em Gaza já matou pelo menos 46.788 palestinos e feriu 110.453 desde 7 de outubro de 2023. Pelo menos 1.139 pessoas foram mortas em “Israel” durante os ataques liderados pelo Hamas naquele dia, a maioria pelo próprio exército sionista, caso dos jovens que frequentavam o festival de música eletrônica e que diante da ofensiva das forças revolucionárias, foram submetidos à Diretriz Aníbal, segundo a qual, “Israel” impede o sequestro de pares matando-os. Mais de 200 israelenses foram feitos reféns.

O exército israelense afirmou ter bombardeado cerca de 50 locais em toda a Faixa de Gaza nas últimas 24 horas. “A [força aérea] realizou ataques contra aproximadamente 50 alvos terroristas em toda a Faixa de Gaza, incluindo terroristas do Hamas e da Jihad Islâmica, complexos militares, depósitos de armas, postos de lançamento, locais de fabricação de armas e postos de observação”, disse em nota as forças armadas sionistas.

Em comunicado no Telegram, as Brigadas al-Qassam (braço militar do Hamas) disseram que um ataque militar israelense atingiu uma área onde uma refém israelense estava sendo mantida. A mulher está entre os prisioneiros que serão libertados na primeira fase do cessar-fogo. O comunicado alertou que qualquer “agressão ou bombardeio israelense nesta fase” poderia transformar a possível liberdade dos reféns “em uma tragédia”.

Com o governo no fio da navalha, ameaçado de ser derrubado por aliados e enfrentando a revolta da extrema direita sionista, Netaniahu se encontra impossibilitado de contrariar o ultimato dado pelo presidente eleito dos EUA, Donald Trump, que prometeu uma “bagunça infernal” caso o cessar-fogo não fosse assinado antes de sua posse. Como tem sido a tônica de sua política, o ainda primeiro-ministro procura agora mascarar a derrota histórica sofrida na reta final do conflito.

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