O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, se pronunciou na quarta-feira (1) sobre a relação entre a força militar do Irã e os diálogos com o imperialismo.
O ministro afirmou que a diplomacia se baseia no poder e em fatores que constroem poder, como as capacidades de mísseis:
“Eu disse muitas vezes, e acredito firmemente, que, se não fossem nossas capacidades de mísseis, ninguém teria negociado conosco”.
Em 2015, o Irã e o grupo P5+1 — Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia, China e Alemanha — assinaram o Plano de Ação Conjunto Global (conhecido por sua sigla em inggês JCPOA), ratificado pela Resolução 2231 do Conselho de Segurança da ONU.
“Se eles pudessem destruir nossas instalações nucleares com um ataque militar, que razão teriam para negociar conosco?”
“Que razão,” perguntou o ministro iraniano, “teriam para passar mais de dois anos em negociações e fazer o secretário de Estado dos EUA ou os ministros das Relações Exteriores do P5+1 se reunirem por 18 dias para alcançar um acordo?”
Segundo Araghchi, a razão foi a falta de capacidade de eliminar as instalações iranianas militarmente:
“Nossas forças armadas criaram essa capacidade por meio de mísseis que tiveram um efeito dissuasivo.”
Em 2018, o então presidente dos EUA, Donald Trump, retirou unilateralmente os Estados Unidos do JCPOA e reinstaurou as sanções contra o Irã que haviam sido suspensas pelo acordo, colocando o futuro do pacto em xeque.
Em outro momento de sua fala, o ministro iraniano afirmou que a realização de novas negociações depende da disposição da outra parte.
“Nunca, nem mesmo após a retirada dos EUA e nem até recentemente, sob o governo do falecido presidente iraniano Ebrahim Raisi, abandonamos a mesa de negociações.
Estamos confiantes na natureza pacífica do nosso programa nuclear e de que as negociações devem resultar na construção de confiança em relação ao programa nuclear iraniano, com o levantamento de sanções como contrapartida.
Esta sempre foi nossa posição, e negociamos com base nessa abordagem e fórmula no JCPOA,” afirmou Araghchi.
A República Islâmica nunca abandonou as negociações.”
Esse é um princípio, mas deve ser uma negociação honrosa e justa, que respeite os direitos do povo iraniano e nossas linhas vermelhas. Não deve ser uma negociação para ganhar tempo, nem para prolongar o processo.”