Os Estados Unidos e o Reino Unido realizaram neste domingo um ataque terrorista contra o Iêmen. 47 ataques aéreos dos imperialistas deixaram, até o momento, ao menos 31 iemenitas mortos e 101 feridos. Depois do ataque, diversos países prestaram a sua solidariedade ao povo iemenita a ao partido Ansar Alá.
Após o ataque, diversos oficiais do governo iraniano realizaram declarações condenando o ataque norte-americano. A primeira declaração veio do ministro das Relações Exteriores do Irã, pedindo que os EUA parassem de matar os membros do Ansar Alá.
Mais tarde, o porta-voz do ministério de relações exteriores do Irã, Esmaeil Baghaei, em um comunicado divulgado no domingo, classificou o ataque americano como uma violação flagrante da Carta da ONU e das leis internacionais fundamentais. Ele pediu que o Conselho de Segurança da ONU reagisse aos acontecimentos e que a comunidade internacional realizasse uma ação coletiva para lidar com o “genocídio em curso” na região.
Baghaei continuou descrevendo a agressão militar conjunta dos EUA e da Grã-Bretanha contra a nação iemenita como parte de seu apoio constante ao genocídio do povo palestino e à supressão de qualquer solidariedade e apoio aos direitos legítimos dos palestinos.
A segunda declaração do governo iraniano veio do comandante do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã, major general Hossein Salami, que reiterou que Teerã não controla o Ansar Alá no Iêmen, apesar das narrativas da mídia imperialista.
“Se atacarmos algum lugar ou apoiarmos alguém, anunciaremos isso inequivocamente”, afirmou Salami, acrescentando que “o Irã não tem nenhum papel na definição das políticas nacionais de qualquer facção da frente de resistência, incluindo o movimento Ansar Alá no Iêmen”.
Salami também advertiu que qualquer ataque ao Irã seria recebido com uma resposta “devastadora”, reafirmando a prontidão de Teerã para se defender contra as ameaças crescentes:
“O Irã não entrará em guerra, mas se alguém ameaçar, ele dará respostas apropriadas, decisivas e conclusivas”.
Em declaração oficial, o Hesbolá condenou “a agressão flagrante dos EUA e do Reino Unido contra o querido Iêmen, que teve como alvo bairros residenciais na capital, Sanaa, e várias outras províncias, resultando na morte e ferimentos de civis inocentes”.
Acrescentando, o Hesbolá afirmou que “essa agressão é uma tentativa desesperada de impedir que essa nação orgulhosa continue seu apoio heroico ao povo palestino e mantenha sua pressão para levantar o cerco injusto a Gaza para permitir a entrada de ajuda humanitária”.
A Rússia também se posicionou contra os ataques ao Iêmen. O ministro de relações exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, pediu a sua contraparte americana, Marco Rubio, que interrompa o “uso da força” no Iêmen.
“Em resposta aos argumentos do representante americano, Sergey Lavrov enfatizou a necessidade de uma interrupção imediata do uso da força e a importância de todos os lados se engajarem no diálogo político para encontrar uma solução que evite mais derramamento de sangue”, disse o Ministério das Relações Exteriores da Rússia.
Já o Ministério de Relações Exteriores de Omã expediu um comunicado em que expressava “grande preocupação” após os ataques dos EUA. O país vizinho do Iêmen pressionou por “diálogo e negociação, alertando sobre as repercussões da contínua abordagem militar sobre a segurança e a estabilidade da região”.
“O Ministério das Relações Exteriores [de Omã] está acompanhando com grande preocupação a recente escalada militar na fraterna República do Iêmen e suas repercussões humanitárias e vítimas civis, expressando seu pesar pela continuação das ações militares que exacerbam o sofrimento do povo iemenita e aumentam a instabilidade na região”.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu “a máxima contenção e a cessação de todas as atividades militares” no Iêmen, disse seu porta-voz, Stephane Dujarric, em um comunicado:
“Qualquer escalada adicional poderia exacerbar as tensões regionais, alimentar ciclos de retaliação que podem desestabilizar ainda mais o Iêmen e a região, além de representar graves riscos para a já terrível situação humanitária no país”.
Para além destes, o ex-diplomata americano, Nabeel Khoury, disse à emissora catarense, Al Jazeera, que a decisão de Trump de atacar o Ansar Alá é “equivocada”.
O Ansar Alá, que foi “severamente bombardeado em todo o seu território” no passado, provavelmente não será subjugado por “algumas semanas de bombardeios”, disse Khoury, acrescentando que os ataques a contêineres poderiam ser resolvidos por meio da diplomacia.
Segue abaixo a declaração do Hesbolá na íntegra:
“Em nome de Alá, o Clemente, o Misericordioso
Declaração emitida pelo Hezbollah sobre a agressão americano-britânica contra o Iêmen
O Hezbollah condena a flagrante agressão americano-britânica contra o querido Iêmen, que teve como alvo bairros residenciais da capital, Sanaa, e várias províncias, resultando no martírio e no ferimento de civis inocentes. Essa agressão é uma tentativa desesperada de dissuadir o inabalável povo iemenita de continuar seu apoio heroico ao povo palestino e sua pressão constante para suspender o cerco injusto a Gaza e permitir a entrada de ajuda humanitária.
O ataque a civis e a instalações vitais no Iêmen revela mais uma vez a verdadeira e feia face do governo americano, que pratica o terrorismo e a intimidação contra nações que se opõem às suas políticas hegemônicas na região e no mundo. Esse ataque bárbaro constitui um crime de guerra e uma violação flagrante das leis e normas internacionais. Ele se alinha com a agressão “israelense” – apoiada pelos Estados Unidos – contra Gaza, Líbano, Síria e a região.
O inabalável povo iemenita, que sacrificou o sangue de seus mártires em batalhas épicas para apoiar a causa palestina e apoiar a sitiada Gaza, não recuará diante dessa agressão covarde. Com sua liderança sábia e corajosa, eles continuarão a desempenhar seu papel honroso na defesa das causas da nação. Essa agressão só fortalecerá sua determinação e firmeza, apesar do cerco opressivo em curso.
Nós do Hezbollah reafirmamos nossa total solidariedade ao querido e corajoso Iêmen, à sua liderança e ao seu povo. Conclamamos todas as nações livres do mundo e todas as forças de resistência em nossa região e fora dela a se unirem e permanecerem juntas contra o projeto americano-sionista que tem como alvo os países e os povos de nossa nação. Também pedimos que levantem suas vozes contra o silêncio árabe e internacional e o fracasso das instituições internacionais que se renderam à opressiva administração americana.
Domingo, 16 de março de 2025
15 de Ramadã 1446 A.H.”