A tentativa do imperialismo de transformar a juventude iraniana em instrumento de desestabilização do país sofreu um duro revés com a ofensiva sionista contra o Irã em junho de 2025. A juventude da chamada geração Z iraniana — nascida após a guerra contra o Iraque e formada num ambiente digital fortemente penetrado pela ideologia ocidental — surpreendeu a todos ao responder de forma enérgica à agressão estrangeira, assumindo a defesa da soberania nacional, do Estado iraniano e da causa palestina.
A emissora catariana Al Jazeera revelou, em reportagem publicada na última semana, que a ação sionista teve como resultado oposto ao esperado: “em poucos dias, a geração Z do Irã desmantelou bilhões de dólares em investimentos midiáticos e em segurança destinados a desunir o país”, afirma o texto. Jovens até então vistos como apáticos ou seduzidos pela ideologia neoliberal passaram a promover campanhas nacionalistas nas redes sociais, a participar de marchas em apoio à liderança iraniana e a repudiar os ataques do regime sionista.
Durante os protestos de 2022, provocados pela morte de Mahsa Amini e manipulados por forças externas, parte significativa dessa juventude parecia caminhar rumo ao descolamento completo da história e da realidade nacional. Campanhas promovidas por agentes do imperialismo procuravam substituir o sentimento de pertencimento por slogans que atacavam os símbolos do Irã. Expressões como “time da República Islâmica” em vez de “seleção nacional” circulavam em plataformas digitais como forma de provocar a ruptura entre o povo e o Estado.
No entanto, o bombardeio sionista ocorrido em 12 de junho de 2025 — que atingiu diversas cidades iranianas, como Teerã — foi o estopim de uma mudança radical. “A morte se tornou realidade, o inimigo ficou evidente”, afirma a reportagem. “Eles entenderam a responsabilidade de defender a identidade nacional”. O imperialismo cometeu um erro grave ao acreditar que os jovens iranianos não sabiam identificar o verdadeiro inimigo.
Relatos colhidos por veículos como a emissora libanesa Al Mayadeen mostram esse processo de consciência em desenvolvimento. A jovem Hania Azizi contou que, ao filmar o funeral de crianças mortas nos ataques — a princípio apenas para ganhar visualizações —, passou por uma transformação profunda: “foi como se eu estivesse dormindo e de repente tivesse despertado”. Saber Mahdavi, outro entrevistado, disse que “as potências coloniais não toleram um Irã independente, sobretudo no campo científico. A independência científica as assusta mais do que a bomba em si”.
Diversos vídeos com milhões de visualizações passaram a circular nas redes sociais. Em um deles, uma jovem em plena Praça Azadi grita ao microfone: “Disseram que evacuássemos Teerã, mas só sairemos daqui em sacos mortuários. Morte a ‘Israel’”. Em outro, Dunya Abdi ironiza a imprensa sionista, que afirmou que a explosão causada por um míssil iraniano em Tajrish se tratava de um problema hidráulico: “Vocês perderam energia quando atingimos Haifa, então iluminamos sua cidade com nossos mísseis hipersônicos”.
O movimento tomou proporções nacionais, com o uso de hashtags como #پای_ایرانم (“por meu Irã”), #جانم_فدای_ایران (“minha vida pelo Irã”) e #لبیک_یا_خامنهای (“às ordens, Khamenei”). As redes foram inundadas por mensagens de apoio ao país e à sua liderança. Até mesmo antigos apoiadores das manifestações de 2022 gravaram declarações públicas de arrependimento, denunciando o uso que se fazia da juventude iraniana como massa de manobra para os interesses do imperialismo norte-americano e sionista.
A resposta juvenil à ofensiva do regime sionista mostra o fracasso da tentativa de impor ao Irã uma “revolução colorida” nos moldes daquelas promovidas pelo Departamento de Estado dos EUA em outros países.





