O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, declarou nesta sexta-feira (26) que os Estados Unidos exercem pressão sobre países da América Latina para ampliar sua influência e tomar o controle de ativos estratégicos da região, com destaque para os recursos energéticos. Segundo ele, trata-se de uma disputa imperialista para sustentar a hegemonia norte-americana.
Em sua fala, Khamenei afirmou que “o objetivo dessa pressão pode ser a expansão territorial” e vinculou a ação de Washington ao interesse sobre os “recursos subterrâneos”. Como exemplo, mencionou a tentativa de se apropriar da riqueza petrolífera latino-americana, apontando o petróleo como um alvo direto das operações de pressão e ingerência.
Khamenei também destacou a importância da “resistência nacional” como forma de enfrentar esse tipo de intervenção. Para ele, resistir significa enfrentar qualquer pressão voltada a obrigar um país a se render e abrir mão de sua soberania. “Resistir ante qualquer pressão que o inimigo exerça para obrigar a uma nação a se render” foi a frase usada pelo líder iraniano para sintetizar o que chamou de linha de defesa da independência política e econômica.
Na mesma intervenção, ele relacionou a política norte-americana a medidas coercitivas aplicadas contra países como Venezuela, Cuba e Nicarágua, citando sanções e outras formas de imposição como instrumentos para forçar capitulações. Khamenei afirmou que essas iniciativas buscam “socavar” a independência dos países e descreveu a política de Washington como tentativa de impor um modelo “colonial e escravista”, voltado a roubar os recursos naturais da região sem retorno para a população local.
O Irã tem denunciado há anos as sanções impostas pelos Estados Unidos e seus aliados e, paralelamente, tem buscado ampliar vínculos com governos e movimentos sociais latino-americanos. Essa aproximação tem se traduzido em acordos energéticos, comerciais e diplomáticos, apresentados por Teerã como parte de uma estratégia de cooperação diante da pressão internacional e de construção de relações voltadas ao enfrentamento das políticas de dominação dos Estados Unidos.



