Nesta quinta-feira (23), o funcionário do imperialismo Rafael Grossi, Diretor-Geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), ameaçou uma nova agressão imperialista contra a República Islâmica do Irã, caso o país se recuse a obedecer aos ditames dos países imperialistas quanto ao seu programa nuclear:
“O fracasso da diplomacia com o Irã pode levar novamente ao uso da força contra o país“, declarou o chefe da AIEA. A agência, que faz parte da Organização das Nações Unidas, foi fundamental na espionagem que permitiu os ataques criminosos de “Israel” e dos Estados Unidos contra o Irã na Guerra de Junho e ao longo da última década, ataques que tiveram como alvo instalações nucleares, bem como cientistas e militares envolvidos no programa nuclear iraniano.
Na mesma ocasião em que fez a ameaça, Grossi disse a jornal suíço Le Temps que, embora os ataques do sionismo e do imperialismo durante a guerra tenham causado “danos consideráveis” às instalações do Irã em Isfahan, Natanz e Fordow, as capacidades de enriquecimento do país poderiam ser restauradas e seu conhecimento científico preservado.
Por outro lado, ele também declarou que “mesmo assim, não temos nenhuma evidência de que Teerã pretenda construir uma arma nuclear”. Apesar disto, insiste em que a AIEA possa retomar as inspeções completas que fazia no Irã, inspeções estas que levaram à coleta de informações, as quais foram repassadas a “Israel” e aos países imperialistas para as agressões contra a República Islâmica e seu povo.
A nova ameaça de Grossi veio após o imperialismo ter reinstituído pesadas sanções ao Irã, sob o pretexto de que a República Islâmica não teria cumprido exigências contidas no Plano de Ação Conjunto Abrangente (JCPOA), acordo nuclear firmado em 2015.
O Ministro das Relações Exteriores do Irã se pronunciou em resposta à ameaça do chefe da AIEA: Abbas Araghchi declarou que “aqueles que fazem tais ameaças devem entender que repetir uma experiência fracassada não lhes renderá nada além de mais uma derrota”, em referência ao fracasso imperialista na Guerra de Junho, que resultou em ações militares devastadoras contra “Israel”, de forma jamais vista na história da entidade sionista.
Araghchi também declarou que, apesar de que “o Ministério das Relações Exteriores continuará a missão de suspender as sanções com seriedade […] há uma missão mais importante, que é ‘neutralizar as sanções’ e ‘neutralizar as pressões externas’ ativando as capacidades internas“. Ele acrescentou que “desafios do país estão enraizados na incapacidade de utilizar as capacidades nacionais, e não são causados por sanções estrangeiras”, e que embora as sanções tenha seus custos e pressões, “a realidade é que ainda não utilizamos totalmente nossas capacidades e talentos nacionais“.
O chanceler também se pronunciou sobre a tentativa dos Estados Unidos de subjugar o Irã através de pretensas negociações, especificamente daquelas que precederam a agressão criminosa de junho:
“Até que os americanos abandonem sua política excessiva e maximalista e parem de fazer exigências irracionais, não retornaremos à mesa de negociações. As negociações que estavam em andamento com os americanos, bem como as conversações de Nova York, foram interrompidas e não progrediram devido às exigências excessivas do lado americano”, afirmou Araghchi.
O Ministro da Inteligência do Irã também se pronunciou sobre a tentativa do imperialismo de subjugar o Irã através de uma pretensa diplomacia. Falando especificamente sobre os EUA, Esmail Khatib declarou que “Não confiamos em nenhuma negociação com a América que pretenda proteger nossos interesses nacionais”, acrescentando que as alegações do imperialismo norte-americano de querer negociações é, na realidade, “hostilidade em relação à nação iraniana”, destacando o papel dos EUA na Guerra de Junho.
O ministro revelou que, durante a guerra, o imperialismo e o sionismo tentaram implementar uma operação híbrida abrangente, acrescentando que a agressão foi precedida por vários exercícios conjuntos, organização de elementos contrarrevolucionários, reativação de redes terroristas e mobilização da imprensa mundial na propaganda anti-Irã e contra a vertente xiita do Islã, especialmente aquela professada pelo regime revolucionário surgido da Revolução de 1979, e que impulsiona a luta antiimperialista e antissionista na região.
Ele informou ainda que 50 agências de espionagem dos países imperialistas e de seus lacaios contribuíram para a guerra de agressão, e que eles até planejaram enviar todos os terroristas libertados da Síria e do Afeganistão (Estado Islâmico e outros agentes do imperialismo) para o Irã, no esforço de derrubar o regime revolucionário.
Paralelamente a esta situação, a República Islâmica vem aprofundando seus laços com outros países oprimidos que também estão sendo alvo de pressões e agressões mais abertas do imperialismo. Em uma com o presidente do Comitê Militar-Industrial do Estado da Bielorrússia, Dmitry Pantus, o ministro da Defesa iraniano, brigadeiro-general Aziz Nasirzadeh saudou a promoção de defesa e cooperação industrial com Bielorrússia. A delegação do país do leste europeu está em Teerã para para participar de uma sessão do comitê conjunto Irã-Bielorrússia sobre cooperação técnico-militar.





