Estados Unidos

Insatisfação popular cresce em meio a fracassos de Trump

Pesquisa revela consequências do aprofundamento da crise interna

A popularidade de Donald Trump caiu para 42%, o menor índice desde sua posse, segundo pesquisa Reuters/Ipsos divulgada na segunda-feira (21). O levantamento, realizado ao longo de seis dias com mais de 4 mil entrevistados, aponta uma queda em comparação aos 47% registrados logo após seu retorno à Casa Branca.

A maioria dos entrevistados (83%) — incluindo 73% dos republicanos — defende que Trump deve obedecer às decisões da Justiça federal. Medidas como o corte de verbas para universidades e o controle de instituições culturais também são reprovadas pela maioria. A suspensão de bilhões de dólares em recursos destinados a universidades, entre elas Harvard, encontrou oposição em 57% da população. A tentativa de nomear a si mesmo para o conselho do Kennedy Center é rejeitada por 66%.

As políticas de imigração, tradicionalmente um pilar do apoio a Trump, agora enfrentam maior desaprovação: 46% rejeitam suas ações contra 45% que as apoiam. A pesquisa também aponta que 59% dos entrevistados acreditam que os Estados Unidos estão perdendo credibilidade internacional, opinião compartilhada inclusive por 30% dos republicanos. Quanto à declaração de Trump de querer disputar um terceiro mandato, 75% se opõem, entre eles, 53% dos eleitores republicanos.

A situação exposta pela pesquisa reflete uma crise semelhante à do governo Lula e à de vários governos nacionalistas burgueses, que são característicos de países atrasados. Ainda que os Estados Unidos sejam a principal potência imperialista do mundo, o governo Trump, em muitos aspectos, se assemelha aos governos deste tipo.

Isso acontece devido às circunstâncias muito extraordinárias da atual fase do capitalismo. Após a devastação causada pela política neoliberal, a burguesia interna dos países imperialistas está revoltada contra a política oficial dos setores mais diretamente ligados ao grande capital. O governo Trump é o governo desta burguesia. Ou melhor, um governo que procura intermediar os interesses desta burguesia diante da pressão do grande capital.

O problema é que, apesar da crise ser muito intensa, a burguesia doméstica norte-americana não é capaz de impor a sua vontade. O imperialismo é muito mais poderoso e domina o Estado norte-americano. E Trump, por ser um político burguês, tem grande dificuldade de mobilizar o conjunto da população para um enfrentamento contra o imperialismo. A consequência é o crescimento da insatisfação popular e o aprofundamento da crise interna, que poderá levar ao fracasso do governo.

Essa experiência lança luzes sobre a situação do Brasil. O governo Lula enfrenta a mesma dificuldade: não consegue colocar em prática a política que, em tese, defende. Essa incapacidade gera crescente insatisfação popular. Em alguns casos históricos, essa insatisfação culminou na derrubada dos governos nacionalistas. Em outros, a impossibilidade de adotar medidas de cunho econômico levou esses governos a se deslocarem para uma política cada vez mais reacionária.

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