A Prefeitura de São Paulo cometeu mais um crime contra a cultura brasileira. Dessa vez o ataque foi contra a sede do histórico Teatro Vento Forte, que fica no Parque do Povo, bairro de Itaim Bibi, zona sul da capital. A ação contra o patrimônio público ocorreu na quinta-feira, 16. Fundado em 1984, o teatro teve sua sede demolida sem avisar ninguém, segundo Claudeir Gonçalves, o responsável pelo local.
A Prefeitura afirmou que a demolição fora feita com a ciência do responsável e a ação fora para garantir a “reintegração de posse” do imóvel. Mesmo com protestos da população, segundo Gonçalves, “Destruíram tudo sem apresentar documento. Eu estava lá e perguntei o que estava acontecendo. Falaram para eu me calar ou iam me prender”. A prefeitura alega que informou e notificou o responsável pelo local, mas a população contesta.
O Teatro Vento Forte guardava um acervo valioso de 40 anos de trabalho, arte e cultura. Para um dos arte-educadores que por lá passou, Ademir Castro de 54 anos e frequentador do local há 27 anos, “embaixo desses escombros há cenários, figurinos, peças de décadas de arte”.
Além desse teatro, outro imóvel popular fora destruído, imóvel este que abrigava uma escola de capoeira. A prefeitura alega irregularidade em ambos os imóveis, inclusive com comércio “ilegal”, mas o que está por trás dessa violência é a especulação imobiliária que beneficiará diversos parasitas da cidade. O valor do metro quadrado na área custa cerca de R$17 mil.
O advogado de Gonçalves, Carlos Santos Souza, afirmou que no local do teatro, fora montado uma banca para vender lanches e arrecadar recursos para a manutenção do espaço, serviço que deveria ser feito pela prefeitura, porém estava sendo feito pela população. Ainda assim, os “gestores” municipais atacaram o patrimônio e culpam quem de fato o valorizava.
A prefeitura não ouviu os artistas que mantinha o teatro em atividade e muito menos a população do entorno. Esse é o governo municipal, reacionário, um inimigo do patrimônio público, da cultura, da arte e da população paulista, que precisa a cada dia denunciar, continuar protestando e lutando contra todos os ataques vindo desses gestores que provocam a violência, o desemprego, a fome e promovem o caos.
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