Um relatório do Centre for Economics and Business Research (CEBR), instituição sediada no Reino Unido, aponta que a população britânica deve enfrentar um rebaixamento contínuo do padrão de vida nos próximos anos, em meio a inflação elevada e baixo crescimento econômico. A projeção, publicada na sexta-feira (26) na World Economic League Table anual do CEBR, indica que o Reino Unido cairá do 19º para o 22º lugar no ranking mundial de PIB per capita até 2030, sendo ultrapassado por Hong Kong, Finlândia e Emirados Árabes Unidos.
De acordo com a estimativa, o PIB per capita britânico deverá alcançar US$58.775 no próximo ano. Ainda assim, o estudo prevê que o desempenho do país ficará atrás de seus pares: o crescimento do PIB per capita no Reino Unido tende a ser o segundo mais fraco do G7 nos próximos cinco anos, superando apenas o do Japão.
O economista Pushpin Singh, do CEBR, afirmou que o país enfrenta um “desafio triplo” composto por inflação alta, endividamento elevado e baixo crescimento. Segundo ele, a posição britânica piora diante de concorrentes com impostos menores e normas mais leves, enquanto persiste a “incapacidade de reduzir os gastos do Estado”.
O relatório registra que 2025 foi o primeiro ano completo do governo do Partido Trabalhista e observa que, apesar de ter sido eleito com a promessa de impulsionar o crescimento, “apenas um sucesso muito limitado foi alcançado”. O CEBR calcula expansão de 1,4% em 2025 e projeta uma média anual de aproximadamente 1,5% nos próximos anos. Singh também declarou que as perspectivas permanecem “muito inclinadas para o lado negativo” e que, em certos aspectos, o país “ainda vive muito de suas glórias passadas”, acrescentando que rumores sobre possíveis aumentos de impostos antes do orçamento prejudicaram a atividade econômica nos últimos meses.
Dados oficiais, citados no levantamento, mostram que as famílias britânicas continuam mais pobres do que antes da pandemia da COVID-19. A renda disponível real por pessoa ainda não retornou ao patamar de 2019, em meio a uma crise prolongada do custo de vida, que corrói salários e aumenta o peso das despesas básicas para a maioria da população.




