Nesta terça-feira (27), o portal The Grayzone publicou nova investigação jornalística realizada por sua equipe, que constatou, após analisar documentos divulgados pelo governo britânico, que promotores britânicos atuam a mando do sionismo para perseguir pessoas que se manifestam a favor da Palestina.
Os documentos revelam que os promotores vêm atuando em coordenação com a embaixada israelense em Londres, com o objetivo de processar, manifestantes associados ao grupo ativista Palestine Action por interromper as operações da Elbit Systems a principal fornecedora de equipamentos terrestres e veículos aéreos não tripulados para o exército israelense, isto é, uma empresa fundamental ao genocídio contra os palestinos.
Conforme apontado pelo jornalista Kit Klarenberg, a interferência israelense em meio ao aparato de repressão do Reino Unido vem de anos, citando como exemplo caso do ano de 2009. Naquele ano, a “ex-ministra das Relações Exteriores, Tzipi Livni, foi forçada a cancelar uma viagem a Londres em 2009, após um tribunal britânico emitir um mandado de prisão por seu envolvimento no sangrento ataque a Gaza naquele ano”, informou Klarenberg. Desde então, “os israelenses estão em alerta’’.
Citando o portal Declassified UK, que divulga documentos do governo britânico, o jornalista do The Grayzone informa que intensa campanha de lobby por parte de “Israel” fez como que o Ministério da Justiça britânico criasse uma certificação de “imunidade de missão especial”, fornecida aos funcionários do governo de “Israel”, para evitar que fossem presos em caso de visita a Londres.
Conforme os documentos, desde o início da atual guerra genocida, já foram emitidos três desses certificados.
No mesmo sentido, The Grayzone informa que o “gabinete do Procurador-Geral Britânico (AGO) fornecendo aos seus homólogos israelenses orientações sobre como evitar um mandado de prisão por crimes de guerra, assegurando-lhes que o Crown Prosecutorial Service (CPS) ‘reforçou as salvaguardas processuais em torno da emissão de mandados de prisão privados nos últimos anos’“.
Em outro documento, foi revelado a proximidade de Nicola Smith, chefe de Direito Internacional do Gabinete do Procurador-Geral da Grã-Bretanha, com o vice-embaixador de “Israel” em Londres, com que Smith compartilhou contatos de promotores e investigadores britânicos “anti-terroristas”.
The Grayzone destaca que a prisão de dez ativistas da Palestine Action, ocorrida no mês de setembro de 2024. Eles foram presos após invadir fábrica da Elbit System, e destruírem quadricópteros, espécie de VANTs (drones) frequentemente utilizados por “Israel” contra os palestinos. A prisão dos ativistas se deu no mesmo mês em que o chefe promotor se reunião com Daniela Grudsky Ekstein, enviada adjunta de “Isarel”, na embaixada israelense.
Os ativistas permanecem presos sob acusação de terrorismo, há mais de 180 dias. Destaca-se que, em março de 2022, o governo britânico reconheceu abertamente que a Ação Palestina “não atende aos requisitos para proscrição” como grupo terrorista pela lei britânica, “pois não comete, participa, prepara, promove, encoraja ou de qualquer outra forma se envolve com atos de terrorismo”, conforme apontado por The Grayzone.
O portal aponta outra prova de como o sionismo vem interferindo na legislação britânica, com o objetivo de perseguir aqueles que defendem a Palestina. Informando a respeito da Lei de Segurança Nacional, que entrou em vigor em dezembro de 2023, The Grayzone aponta que dispositivos da lei dão toda a aparência de terem sido construídas sob medida para neutralizar legalmente a campanha de destruição da Palestine Action contra a Elbit Systems.
A perseguição do governo britânico àqueles que apoiam a Palestina está diretamente vinculada a esse mesmo tipo de perseguição que ocorre em diversos países do mundo, em especial o Brasil, onde o há perseguição contra o Partido da Causa Operária e seus militantes, a jornalistas, a palestinos que tentam entrar no Brasil, e a cidadãos brasileiros que viajaram para o Líbano.
Esta perseguição faz parte da ofensiva do imperialismo para derrotar a Resistência Palestina e o Eixo da Resistência, ofensiva que vem intensificando a ditadura da burguesia nesses países.



