Na noite da última quinta-feira (10), índios foram violentamente reprimidos pela Polícia Militar do Distrito Federal durante uma marcha em Brasília, organizada para exigir direitos territoriais e protestar contra projetos contrários aos seus interesses. No X, a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB) denunciou o uso de bombas de gás e cassetetes contra manifestantes desarmados, incluindo mulheres e crianças, na Esplanada dos Ministérios.
Cerca de 300 índios de etnias como Kayapó e Munduruku, participavam do ato quando a PM bloqueou o acesso ao Congresso, alegando segurança. A tentativa de avançar gerou a repressão, com cinco feridos leves, segundo a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB). A COIAB declarou: “estamos aqui para defender nossos direitos garantidos pela Constituição, mas somos recebidos com violência. Isso mostra o desrespeito do Estado brasileiro com nossos povos”.
A marcha cobrava a rejeição do PL 490/2007, que dificulta demarcações, e políticas de proteção ambiental. O Conselho Indigenista Missionário (CIMI) aponta que 138 terras aguardam demarcação, com invasões crescendo 42% em 2024. Abaixo, os registros do ataque selvagem da PM divulgados pelo perfil do CIMI, no X:
https://x.com/ciminacional/status/1910627154498384240/video/1
https://x.com/ciminacional/status/1910627154498384240/video/2
https://x.com/ciminacional/status/1910627154498384240/video/3
A deputada federal Célia Xakriabá (PSOL-MA) participava da manifestação e foi uma das vítimas da barbárie da PM do DF. A parlamentar divulgou registros do momento em que confronta os PMs após o ataque:
Em nota, a PM justificou a ação como contenção de “tumultos”, mas a Defensoria Pública da União investiga. Já a APIB anunciou que acionará a ONU. A repressão é uma expressão da brutalidade da burguesia e das forças de repressão contra os índios, um dos setores mais esmagados entre os povos oprimidos pelo imperialismo no País.