Na última sexta-feira (03/01), latifundiários e pistoleiros realizaram mais um ataque contra a comunidade indígena Yvy Okaju, localizada entre os municípios de Guaíra e Terra Roxa, no Oeste do Paraná.
Quatro pistoleiros fortemente armados invadiram a comunidade por volta das 21h e iniciaram uma série de tiros com munição letal contra qualquer indígena que estivesse pela frente.
Uma criança de 7 anos foi atingida no pé, um adolescente de 14 anos foi baleado na perna e os dois adultos foram atingidos nas costas e no queixo. Os dois adultos, de 25 e 28 anos, permanecem no hospital em estado grave.
Esse ataque do dia três de janeiro é o terceiro em quatro dias e revela que a situação está numa escalada muito violenta diante da inoperância do governo federal, principalmente do Ministério da Justiça e do Ministério dos Povos Indígenas. Os pistoleiros e latifundiários realizaram ataques nos dias 29, 30 e 31 de dezembro, deixando um índio baleado no braço e outro com o pescoço queimado.
Ataques violentos desde julho do ano passado
Esses ataques contra os índios Avá Guarani que lutam pela demarcação da Terra Indígena Tekoha Guasu Guavirá vêm se intensificando e tomaram grandes proporções em julho de 2023, quando latifundiários realizaram um despejo sem ordem judicial e de maneira extremamente violenta. Desde então são dezenas de ataques que deixaram um clima de terror na comunidade e vários feridos.
Desde o início dos ataques, as únicas medidas tomadas pelo Ministério da Justiça e pelo Ministério dos Povos Indígenas foi enviar soldados da Força Nacional de Segurança Pública que não resolve absolutamente nada.
Tanto isso é verdade que foram 3 ataques em 4 dias e as denúncias são que a Força Nacional não atende aos pedidos de socorro dos índios Ava Guarani. Os índios denunciam a Força Nacional que não levam a sério as denuncias de ataques e somente aparecem após as ações criminosas dos latifundiários. A situação é tão grave que este último ataque ocorreu após a saída de uma viatura da Força Nacional, o que parece uma ação conjunta entre forças policiais e latifundiários.
É evidente o envolvimento dos policiais com os latifundiários contra os índios e a medida que a Força Nacional fica na região também se envolve nos ataques contra as retomadas indígenas. E podemos ver isso com as denuncias e a atuação em outras regiões onde há conflitos entre latifundiários e índios.
Existe uma enorme paralisia, principalmente do Ministério dos Povos Indígenas, que deveria se colocar totalmente a disposição das áreas mais atacadas e que sofrem violência, mas se preocupa mais em ganhar premios no exterior ou em áreas que possuem um forte envolvimento com ONG`s internacionais.
É preciso criar comitês de autodefesa dos índios contra a violência do latifúndio
O envio de policiais não resolve em nada a situação de violência contra os índios. A única medida que resolveria de imediato a situação é a criação de comitês de autodefesa dos índios como forma de garantir que os latifundiários fiquem longe das retomadas dando condições para que os índios possam se defender visto que as forças do estado atuam em favor dos latifundiários de maneira criminosa.