O jogo de volta das oitavas de final entre Independiente e Universidad de Chile, que estava acontecendo em Avellaneda (Argentina) nessa quarta-feira (20), foi suspenso no início do segundo tempo por conta de uma confusão nas arquibancadas. Naquele momento, o placar marcava 1 a 1. No primeiro jogo, a equipe chilena havia vencido por 1 a 0.
A Conmebol confirmou o cancelamento do jogo no estádio Libertadores de América e afirmou, por meio de uma nota divulgada no início da madrugada, que os órgãos judiciais da entidade vão decidir a classificação. O vencedor do confronto enfrentará o Alianza Lima nas quartas de final da Copa Sul-Americana.
“Procede-se ao cancelamento do jogo, e o caso será direcionado aos órgãos judiciais da Conmebol para futuras determinações. Toda a informação sobre os fatos ocorridos dentro e fora do estádio será enviada à Comissão Disciplinar da confederação”, informou a Conmebol em nota.
Os vídeos que circulam na Internet mostram torcedores chilenos ateando fogo em objetos e arremessando cadeiras em direção aos argentinos. Cerca de 100 torcedores locais invadiram o setor destinado aos visitantes, agrediram os chilenos com pedaços de ferro e obrigaram alguns a tirar a roupa.
Segundo informações da ESPN, a Universidad de Chile recebeu uma carga de 5 mil ingressos — maior que a capacidade normal do setor de visitantes — graças a uma negociação prévia entre os dois clubes. Na Argentina, a Lei Nacional de Espetáculos Desportivos (Lei nº 23.184) coloca os mandantes como responsáveis pelo esquema de segurança.
Há informações de que 659 policiais estavam de serviço na partida das oitavas de final da Copa Sul-Americana. Eles permaneciam fora das arquibancadas, local que deveria ser protegido pelos 150 seguranças privados contratados pelo Independiente. No entanto, nenhum policial ou segurança apareceu durante a confusão. Mais de 350 torcedores chilenos foram detidos na saída do estádio, onde encontraram forças policiais.
O estardalhaço que a imprensa está fazendo em torno do caso não é à toa. Esse tipo de notícia é sempre manipulada para ampliar o esquema de repressão contra as torcidas organizadas e os torcedores dentro e fora dos estádios. Essa repressão tem se tornado cada vez mais ampla e generalizada, transformando o futebol — um evento popular — em algo restrito a uma camada específica da sociedade.





