Genocídio na Palestina

Imprensa sionista admite derrota da agressão israelense em Gaza

Canais israelenses denunciam futilidade da guerra, crise de moral entre os soldados e fracasso total dos objetivos militares

Pela primeira vez desde o início da ofensiva sionista contra a Faixa de Gaza, em outubro de 2023, veículos da própria imprensa de ‘Israel’ passaram a reconhecer abertamente o fracasso da guerra, comparando a situação atual ao desastroso episódio da ocupação do Líbano entre 1982 e 2000. Reportagens e análises recentes admitem que, passados mais de dezoito meses de bombardeios e invasões terrestres, nenhum dos objetivos declarados foi alcançado.

O canal 12 de televisão afirmou que a guerra em Gaza “esgotou seu propósito” e classificou a campanha como uma repetição da ocupação do sul do Líbano, chamando os dois conflitos de “guerras fúteis”. Um comentarista da emissora, Barak Sari, declarou que a operação militar não trouxe qualquer resultado concreto, mesmo após o exército declarar controle de 80% do território da Faixa. “É assustadoramente semelhante ao que ocorreu no Líbano. Soldados continuam morrendo e, no final, recuamos completamente. Gaza está caminhando na mesma direção”, afirmou o conselheiro estratégico.

Ainda segundo Sari, a pressão militar não conseguiu alcançar sequer o objetivo mínimo do regime sionista: a recuperação dos prisioneiros de guerra. “Não há resultados. Nenhum prisioneiro foi libertado. É uma guerra sem sentido, que está apenas desmoralizando o país”, disse. O analista também questionou a ausência de um plano concreto por parte do governo: “Ninguém sabe aonde essa guerra vai nos levar.”

O tom de derrota também foi reforçado por Ofer Shelah, ex-deputado da Knesset, que afirmou em entrevista à emissora pública Kan que a ofensiva em Gaza se transformou em um “ciclo de mortes e exaustão militar sem fim”. Para ele, a guerra já passou do ponto em que poderia apresentar qualquer ganho estratégico ou político. “Estamos presos a uma guerra que não leva a lugar nenhum. Os soldados continuam morrendo e a população está exausta. Não há objetivo, não há solução visível”, disse.

Shelah também criticou duramente a linha adotada por Netaniahu nas negociações com o Hamas. Segundo ele, ‘Israel’ se recusa até mesmo a aceitar as condições mínimas propostas pelo grupo palestino desde o início das tratativas, em 8 de outubro de 2023. “O que existe em comum entre as exigências máximas de ‘Israel’ e as mínimas do Hamas é o fim da guerra e um acordo que leve à libertação dos prisioneiros. Enquanto essa alternativa for ignorada, não haverá negociação possível”, explicou.

A avaliação negativa sobre os rumos do conflito se estende aos próprios soldados da ocupação. Reportagem publicada pelo jornal Maariv neste sábado (12) trouxe declarações de militares que acusam o governo sionista de abandono e hipocrisia. O principal motivo da revolta é a manutenção do privilégio concedido aos judeus ultraortodoxos (haredim), que continuam isentos do serviço militar mesmo em meio à escassez de tropas no front.

“Estamos sendo enviados para morrer em Gaza enquanto dezenas de milhares de haredim ficam em casa. O governo é fraco e impotente diante da pressão dos rabinos”, disse um soldado ouvido pelo jornal. Segundo os militares, o sistema atual impõe um fardo cada vez maior aos combatentes, que enfrentam uma guerra prolongada e sem propósito claro. Um deles alertou que “se continuarmos nesse ritmo, vamos acabar entrando em colapso”.

A crise atinge também o estado psicológico das tropas. De acordo com reportagens recentes da própria imprensa sionista, a escassez de efetivo levou o exército a convocar soldados diagnosticados com transtornos pós-traumáticos para retornar aos combates. Um comandante ouvido pelo jornal Haaretz revelou que “estamos lutando com o que temos, mesmo sabendo que muitos soldados não estão em condições mentais adequadas”. Ele acrescentou: “Ninguém quer mais lutar. Estamos ficando sem gente.”

As declarações representam um abalo sem precedentes no discurso oficial do regime sionista, que desde o início da ofensiva tentou sustentar a ideia de que havia progresso militar e controle sobre Gaza. O reconhecimento interno do fracasso, da exaustão e da crise nas tropas evidencia a derrota da política genocida conduzida por Netaniahu. Ao mesmo tempo, revela a força da resistência palestina, que segue firme mesmo sob bombardeios incessantes, sem ceder às pressões do maior aparato militar da região.

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