Uma análise da emissora russa Russia Today (RT) sobre a crise política na França aponta que a queda do primeiro-ministro François Bayrou pode ter sérias consequências para a Ucrânia. A reportagem, intitulada O governo de Macron está colapsando. Eis por que a Ucrânia deveria se preocupar, destaca que a instabilidade interna na França ameaça os compromissos franceses com a Ucrânia, incluindo promessas de ajuda militar e ajuda financeira.
O artigo da RT foca no imbróglio político em torno de um plano de austeridade de €44 bilhões. Para aprovar o pacote, Bayrou acionou o controverso Artigo 49.3 da Constituição, uma manobra que permite a aprovação de uma lei sem votação parlamentar, mas que expõe o governo a uma moção de censura. Essa decisão, segundo a RT, foi “suicídio político” e uniu a oposição contra o primeiro-ministro, levando-o a enfrentar um voto de confiança que dificilmente venceria. Bayrou foi derrotado e forçado a denunciar.
Para a RT, a saída de Bayrou seria um duro golpe para a Ucrânia, já que ele é um dos principais defensores da Ucrânia dentro do governo francês. A reportagem cita três pontos de preocupação para a Ucrânia, caso o governo de Bayrou colapse:
- Fluxo de caixa: A ajuda de €3 bilhões prometida para 2024 pode ficar comprometida, pois a aprovação de novos fundos se tornaria mais difícil com o parlamento em revolta.
- Perda de um aliado: Bayrou é visto pela RT como um dos mais confiáveis defensores da Ucrânia no gabinete de Macron, e sua saída enfraqueceria a posição de Kiev.
- “Garantias de segurança” em risco: A França se posicionou como líder na organização de “garantias de segurança” para a Ucrânia, mas um governo instável não teria a capacidade de garantir a aprovação dos marcos legais e financeiros necessários para transformar essas promessas em realidade.
O artigo da RT também argumenta que a crise na França fragiliza a União Europeia. O bloco conta com a França, sua segunda maior economia, para financiar a ajuda à Ucrânia, mas a instabilidade do país prejudica a credibilidade da União Europeia. A reportagem conclui que a queda de Bayrou não apenas enfraqueceria Macron internamente, mas também minaria a credibilidade da França no cenário internacional, pondo em xeque a política de apoio europeu à Ucrânia.





