Política internacional

Imprensa do Irã: EUA e ‘Israel’ têm mesmo objetivo contra país

Em divergência táctica, Trump quer que iranianos abandonem programa nuclear por conta própria, enquanto Netaniahu quer fazê-lo por meios militares

Nesta quinta-feira (22), a emissora iraniana Press TV noticiou que “os EUA estão ‘politicamente’ seguindo o mesmo objetivo de ‘Israel’, que é ameaçar a República Islâmica com ataques militares por causa de seu programa nuclear”.

A emissora recebeu a informação de uma “fonte política bem-informada”, que afirmou que “o que os norte-americanos querem é o mesmo plano israelense”, o que é, no plano imediato, acabar com a independência nuclear do Irã.

A fonte destaca que, apesar do objetivo ser o mesmo, há uma divergência táctica entre o governo Donald Trump e o governo Benjamin Netaniahu: “em vez de um ataque militar, [os norte-americanos] querem politicamente que o Irã abra mão de sua independência nuclear por conta própria“.

A fonte destaca que o Irã avalia “que as negociações são uma armadilha cognitiva armada pelo governo Trump, com uma divisão de trabalho entre os EUA e o regime sionista’, e que o governo já tinha essa avaliação desde o início das recentes conversações entre Estados Unidos e o país persa.

Expondo a tentativa do governo Trump em subjugar o Irã a aceitar um acordo desfavorável, a fonte informou que “em troca da flexibilidade e cooperação do Irã”, “[os norte-americanos] aumentaram suas exigências sem apresentar um plano ou promessa específica para o levantamento das sanções”.

Além de não haver perspectiva de levantamento das sanções, os Estados Unidos continuam impondo novas sanções contra o Irã, enquanto as negociações ocorrem. Tais medidas imperialistas foram impostas contra a indústria petrolífera e o programa nuclear do Irã.

Em todas as conversações que já ocorreram, bem como perante a imprensa imperialista, o governo Trump insiste em exigir uma “cessação completa” das atividades pacíficas de enriquecimento de urânio do Irã, rotulando essas atividades como um “linha vermelha”, informa a Press TV.

Por sua vez, o ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, enfatizou que o Irã não negociaria seu programa de enriquecimento de urânio e não abriria mão desse direito sob nenhuma circunstância. Em publicação em sua conta oficial no X, feita nesta quinta-feira, o ministro declarou que “não é preciso ser um gênio para descobrir o caminho para um acordo“, acrescentando que “sem armas nuclear = TEMOS um acordo”, mas que “sem enriquecimento [de urânio] = NÃO temos um acordo”.

Conforme a Press TV, a posição de Araghchi é a mesma de Saied Ali Khamenei, líder do Irã, que recentemente declarou ser “completamente errado” que os Estados Unidos insistam que o Irã interrompa completamente suas atividades pacíficas de enriquecimento de urânio, ocasião em que também aconselhou que os EUA evitem “conversas fiadas” sobre o que a República Islâmica deve fazer.

A quinta rodada das conversações ocorreu nesta sexta-feira (23). Abbas Araghchi se pronunciou sobre a nova etapa das negociações, declarando que elas foram as mais profissionais e as mais complexas das cinco reuniões realizadas até o momento. Ele frisou que os Estados Unidos, agora, entendem melhor a posição do Irã.

Apesar desse aspecto positivo, o ministro informou que as negociações permanecem muito intricadas para que se chegue a um acordo no curto prazo. Ainda, ele informou que o ministro das Relações Exteriores de Omã, país onde as conversações estão sendo realizada, apresentou propostas de acordo, as quais serão avaliadas pelo Irã.

Por outro lado, ele reiterou que o enriquecimento de urânio no âmbito do programa nuclear pacífico do Irã é uma linha vermelha, e que o país não abrirá mão dele, apesar das ameaças e das sanções dos norte-americanos. 

Destaca-se que, duas horas antes da reunião, o enviado dos Estados Unidos para o Oriente Médio, Steve Witkoff, que lidera a delegação norte-americana, se encontrou com o ministro de Assuntos Estratégicos de “Israel”, Ron Dermer, e com o chefe do Mossad, David Barnea. A reunião teria durado 40 minutos.

Em razão disto, as conversações com o Irã teriam começado em atraso, e acabaram tendo a duração de 2h20 minutos, sendo que estavam previstas para durar 3h. Além disto, Witkoff teria deixando a reunião 20 minutos antes do seu término, pois teria um voo agendado, conforme informado pelo porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Esmaïl Baghaï.

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