Enquanto a esquerda pequeno-burguesa nacional trava uma falsa luta contra o fascismo por meio da oposição à política de tarifas imposta pelo atual presidente norte-americano Donald Trump, o imperialismo verdadeiro retoma seus ataques ao presidente venezuelano Nicolás Maduro.
No domingo, dia 27, o Secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, divulgou um comunicado oficial contendo uma série de ataques a Maduro. A nota alterna entre o típico cinismo do imperialismo ao se referir a seus adversários e acusações sem qualquer fundamento, elevando o nível das calúnias direcionadas ao presidente venezuelano.
“Um ano depois de o ditador Nicolás Maduro desafiar a vontade do povo venezuelano ao se declarar vencedor, sem fundamento, os Estados Unidos permanecem firmes em seu apoio inabalável à restauração da ordem democrática e da justiça na Venezuela. Maduro não é o presidente da Venezuela e seu regime não é o governo legítimo”, acusa a nota.
A acusação se refere às últimas eleições presidenciais no país, onde o imperialismo financia a oposição ao chavismo. Logo após o resultado, a oposição tratou de condenar o processo eleitoral venezuelano. No entanto, as ruas não mentem: após as eleições, em meio a essas acusações, o povo saiu em apoio ao presidente Maduro, provando de forma inequívoca que estava ao seu lado.
A nota de Rubio eleva ainda mais o tom das calúnias: “Maduro é o líder da organização narcoterrorista Cartel de Los Soles, responsável pelo tráfico de drogas para os Estados Unidos e a Europa. Maduro, atualmente indiciado por nossa nação, corrompeu as instituições venezuelanas para auxiliar o esquema criminoso de narcotráfico do cartel para os Estados Unidos.”
De acusações políticas a acusações criminais, Rubio chega ao ponto de questionar a legitimidade das eleições na Venezuela. Apesar de cínica — já que parte do próprio imperialismo —, tal acusação política ainda pode ser considerada como parte da guerra ideológica. Mas acusar Maduro de ser narcotraficante e líder de cartel ultrapassa qualquer limite aceitável.
O nível das calúnias direcionadas ao presidente Nicolás Maduro revela um certo desespero por parte do imperialismo, que já não consegue mais convencer nem mesmo com suas acusações políticas. A máscara democrática do imperialismo está totalmente caída, e sua tentativa de destruir o governo venezuelano encontra resistência dentro e fora do país.
Outra acusação recente contra Maduro está relacionada ao chamado “WhatsApp chavista” — classificação pejorativa usada pela imprensa capitalista para atacar o esforço do Estado venezuelano de divulgar sua própria política, em um contexto de intensa ofensiva imperialista.
O mecanismo consiste na veiculação de mensagens, por meio do aplicativo WhatsApp, controlado pelo Ministério do Poder Popular para a Comunicação e Informação da Venezuela (MIPPCI), organizadas pelo alto comando do país e repassadas à população.
Após um ato de espionagem conduzido por órgãos ligados ao imperialismo, os agentes obtiveram acesso às informações divulgadas e também ao modo como a divulgação é organizada. Naturalmente, consideraram falsas essas informações, pelo simples fato de denunciarem a ação de líderes políticos ligados aos Estados Unidos, como Javier Milei (presidente da Argentina), os opositores do chavismo María Corina Machado e Edmundo González Urrutia, Nayib Bukele (presidente de El Salvador) e o próprio Marco Rubio, também criticado e denunciado pelos canais chavistas.
“O La Nación teve acesso a um relatório e a uma base de dados com mais de 9 gigabytes que revelam como funciona a estratégia de propaganda do governo. Lançado em 9 de março de 2024, o aplicativo, que já acumula mais de 10 mil downloads, foi desenvolvido pelo próprio vice-ministro de Comunicação. As mensagens compartilhadas na plataforma — que articula cerca de 600 grupos com membros leais a Nicolás Maduro — fazem parte de diversas campanhas de desinformação e discurso de ódio, com o objetivo de amplificar a narrativa do regime e atacar tanto figuras da política interna venezuelana quanto líderes internacionais”, declarou o órgão de imprensa porta-voz do imperialismo.
Outro ataque contra os venezuelanos se dá no campo econômico. O atual presidente dos EUA autorizou o retorno das operações da Chevron, petroleira norte-americana, na Venezuela. A empresa voltará a explorar petróleo no país sem pagar qualquer imposto por isso.
O imperialismo volta sua ofensiva à Venezuela de maneira ainda mais agressiva, na tentativa de derrubar um governo legítimo que é perseguido apenas por tentar manter a soberania política e econômica em benefício do povo venezuelano.





