Nos últimos dias, os representantes do imperialismo mudaram a sua posição em relação ao genocídio na Faixa de Gaza. O presidente francês Emmanuel Macron anunciou que reconhecerá o Estado da Palestina. Dias depois, O Globo publicou um editorial acusando Benjamin Netaniahu de cometer crimes de guerra — coisa que ele faz desde o primeiro dia da guerra atual. Mais recentemente, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, declarou que o Reino Unido também deverá reconhecer o Estado da Palestina.
Até o presidente norte-americano Donald Trump embarcou na mesma política. O republicano falou que Netaniahu está mentindo quando disse que não está matando o povo de fome.
A situação do sionismo na Faixa de Gaza se tornou insustentável. Essa situação está levando os países imperialistas — os mesmos que organizaram a guerra genocida contra os palestinos — a porem em marcha uma operação para forçar o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netaniahu, a recuar. Isto é, encontrar uma solução de compromisso antes que a situação exploda e leve à dissolução do próprio Estado de “Israel”.
Por mais desmoralizante que seja para “Israel” recuar neste momento, a manutenção da guerra é ainda mais perigoso para a entidade sionista, que não obteve uma única conquista militar até agora. Se o sionismo for obrigado a sair de Gaza debaixo de tiros, como aconteceu no Afeganistão, isso seria uma catástrofe para a política do imperialismo.
A política de recuo do imperialismo para evitar um grande desastre não é novidade. É o que aconteceu, por exemplo, na África do Sul. A burguesia imperialista apoiou a monstruosidade do apartheid durante décadas, e quando os trabalhadores se levantaram e a situação se transformou em uma crise revolucionária, eles deram um passo atrás imediatamente, para evitar o pior.
Foi uma derrota. Mas eles limitaram os efeitos dessa derrota. E deverão tentar fazer a mesma coisa na Palestina.
A margem de manobra para uma solução de compromisso é muito pequena. Afinal, o Hamas é apoiado por milhões de palestinos, o que torna praticamente inviável forçar o desarmamento do grupo.





