Polêmica

Imperialismo democrático é o verdadeiro terrorista

Jornalista do NYT diz que “Israel” não comete um genocídio em Gaza, pois a ONU diz que genocídio é outra coisa. O cinismo do imperialismo não tem fim

Genocídio em Gaza

Muitas pessoas se perguntam: como foi possível a existência do nazismo? O artigo Não, Israel não comete um genocídio em Gaza, de autoria de Bret Stephens, e publicado nesta terça-feira (22) no New York Times, é bastante didático para responder essa questão. O nazismo foi possível porque foi apoiado pelo “mundo civilizado”.

Pelo mesmo motivo, “Israel” comete um genocídio em Gaza: recebe financiamento e apoio das “democracias”. Seus crimes são sistematicamente acobertados pela grande imprensa que trata os palestinos como terroristas. Os governos de Estados Unidos, Espanha, França, Inglaterra, Alemanha, dentre outros, reprimem violentamente manifestações contra o genocídio.

O primeiro parágrafo do artigo diz que:

“Pode parecer duro dizer, mas há uma gritante dissonância na acusação de que Israel está cometendo genocídio em Gaza. Para ilustrar: se as intenções e ações do governo israelense fossem realmente genocidas — se ele fosse tão malévolo a ponto de buscar a aniquilação dos gazenses — por que não foi mais metódico e infinitamente mais letal? Por que não causar, digamos, centenas de milhares de mortes, em vez dos cerca de 60.000 citados até agora pelo Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas (que não distingue mortes de combatentes e civis) em quase dois anos de guerra?”.

Bret Stephens minimiza o número de mortos em Gaza, tenta fazer parecer que é pouco 60 mil pessoas mortas em menos de dois anos. São exatamente 545 dias até a publicação desta matéria, o que resultaria em 110 pessoas mortas por dia, a maioria mulheres e crianças. No entanto, há estimativas de que o número de mortes, considerando que há ainda muita gente sob escombros, pode chegar a 190 mil. São pelo menos 350 pessoas assassinadas diariamente; e falta muito pouco para 200 mil, as centenas de milhares de mortes que o articulista cobra.

O senhor Stephens diz que o Movimento de Resistência Palestina (Hamas) não distingue combatentes de civis; isso enquanto “Israel” bombardeia metodicamente hospitais, escolas, mesquitas, ambulâncias, pessoas em filas buscando alimentos. Trata-se do cinismo em seu grau máximo.

Ainda sobre ser metódico e letal, o médico Mark Pelmutter, cirurgião ortopedista que esteve em Gaza, declarou em entrevista:

Eu não conseguia acreditar na quantidade de crianças que vi levando tiros na cabeça. Quanto perguntado se não seriam balas perdidas, Pelmutter respondeu que nenhuma criança é baleada duas vezes por engano por um franco-atirador. Esses são tiros com intenção de matar”.

Oficialmente, 17.400 crianças foram mortas em Gaza desde o 7 de Outubro. O número de mulheres chega a 70% do total de mortes. O nome disso é genocídio.

Delírio

No segundo parágrafo, Stephens diz que:

“Não é que Israel não tenha capacidade para infligir uma destruição muito maior do que a que causou até agora. É a principal potência militar da região, ainda mais forte após dizimar o Hezbollah e humilhar o Irã. Poderia ter bombardeado sem aviso prévio, em vez de rotineiramente alertar os gazenses para evacuarem as áreas que pretendia atingir. Poderia ter bombardeado sem colocar em risco seus próprios soldados, centenas dos quais morreram em combate”.

É preciso dar um banho de realidade no articulista. Os sionistas recorrem aos bombardeios porque não têm condições reais de enfrentar uma guerra no corpo a corpo. Recentemente, houve protestos de soldados israelenses se negando a lutar em Gaza. Não faz muito, e também soldados e familiares protestaram contra o envio de soldados no sul do Líbano, pois conhecem a letalidade do Hesbolá.

Quanto a “humilhar o Irã”, não passa de uma piada. Em primeiro lugar, os sionistas foram pedir apoio dos Estados Unidos. E se sabe que essa ajuda contou com a participação do Reino Unido, França e Alemanha; somando-se ainda países lacaios do Oriente Médio, como Arábia Saudita, Jordânia etc.

Foi o Irã quem humilhou “Israel”, eis a dura realidade. O governo sionista implorou praticamente por um cessar-fogo após o bombardeio americano no solo iraniano. Encerrado o conflito de 12 dias, o Irã se consolidou como a maior força militar da região.

País artificial

Ainda que o jornalista tente levantar a bola de “Israel” que teria uma “cobertura diplomática” –citando apoio de Trump. Afirma que quanto à ameaça de boicotes econômicos, a Bolsa de Valores de Tel Aviv tem sido o principal índice de ações com melhor desempenho no mundo desde 7 de outubro de 2023”. E depois ironiza dizendo que “com todo o respeito ao risco de boicotes irlandeses, Israel não é um país que enfrente uma ameaça econômica fundamental. São os que boicotam que podem sair perdendo”.

Enquanto isso, no mundo real, o porto de Eilat fechou definitivamente as atividades após os sucessivos ataques dos iemenitas que interditaram o Mar Vermelho para os israelenses. As perdas econômicas sofridas com a retaliação iraniana deve ultrapassar os US$ 20 bi.

Outro dado, que os sionistas tentam esconder a todo custo, é a fuga de pessoas do país. Muitos dos habitantes de “Israel” vivem ali por puro oportunismo, têm dupla cidadania, e não estão dispostos a dar vida por aquilo ali.

A propaganda de “Israel” invencível perdeu a validade. Ainda que Stephens diga que os sionistas poderiam fazer muito mais estragos, não é bem assim. Há muitas limitações, e a prova disso é o suicídio entre soldados que lutam em Gaza, que se tornou uma verdadeira epidemia.

Os nazi-sionistas não fazem o que querem, existe gente resistindo bravamente e impondo duras perdas a esses invasores.

Falácias

Na tentativa de esconder a realidade, Bret Stephens recorre a termos técnicos, afirma que “Israel” “manifestamente não está cometendo genocídio — um termo legalmente específico e moralmente carregado, definido pela convenção da ONU como o ‘intento de destruir, no todo ou em parte, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso como tal’”.

“Israel” deslocando milhões de pessoas em massa, bombardeia civis, destrói hospitais, a rede de saneamento básico, impede a entrada de água, alimentos. Mata as pessoas de fome, atira naqueles que estão em filas tentando conseguir um mínimo de comida; e ainda assim não seria genocídio, pois não está escrito dessa forma no dicionário da ONU.

Existe, sim, a intenção manifesta de exterminar os palestinos. Isso já estava nos textos e ações dos sionistas revisionistas, foi denunciado em livros como A Limpeza Étnica da Palestina, de Ilan Pappé. Golda Meir, ex-primeira-ministra de “Israel”, disse em uma entrevista à revista Time: Não existe tal coisa como um povo palestino. Existem refugiados palestinos”.

Tudo isso mostra que se executa uma política, desde antes da fundação do Estado israelense, para acabar com os palestinos enquanto, pessoas, cultura, país e nação.

É vergonhoso afirmar que crimes acontecem em guerras, quase como se fosse uma exceção, e que as tragédias em Gaza se devem a “esquemas humanitários mal-executados, soldados com dedo nervoso, ataques que atingem alvos errados ou políticos buscando frases de efeito vingativas não chegam nem perto de configurar um genocídio”.

Propaganda

Os sionistas, há décadas, têm financiado jornalistas e empresas de comunicação de todo o mundo para direcionarem favoravelmente suas matérias. Este Diário não tem provas, mas seria factível dizer que Bret Stephens está no bolso do governo israelense e que suas opiniões foram compradas.

Esse texto de Bret Stephens é útil, revela quem são os verdadeiros terroristas, genocidas e fascistas. Como a crise está aumentando em “Israel”, e o mundo se levanta contra seus crimes, é preciso que os “defensores das mulheres e da liberdade” saiam de trás de suas máscaras e revelem sua verdadeira face.

Outro ponto relevante a destacar: as redes sociais têm mostrado diariamente a covardia e as atrocidades sem limites praticadas pelos sionistas. Não fossem elas e jornalistas sem escrúpulos, como o Bret Stephens, continuariam monopolizando a informação. É por isso que o imperialismo faz uma campanha mundial para censurar as redes.

No Brasil, o STF ataca o Marco Civil da Internet e a liberdade de expressão. Não se quer de fato impedir fake news, ou “discurso de ódio”; é preciso barrar a verdade, pois ela incomoda ao conscientizar as pessoas, que dia após dia se revoltam contra o genocídio praticado em Gaza.

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