A Câmara de Representantes dos Estados Unidos apresentou recentemente sua proposta de lei sobre gastos em defesa para o ano fiscal de 2026, incluindo um montante de 400 milhões de dólares destinado à ajuda militar para a Ucrânia. Essa quantia representa a continuidade do apoio do imperialismo norte-americano ao governo ucraniano. O conflito com a Rússia é parte de uma estratégia de gasto militar que contempla também o mesmo valor para o ano fiscal de 2027, segundo o texto do projeto de lei.
A proposta integra o que deve ser o maior orçamento de defesa da história americana, com uma cifra recorde de 901 bilhões de dólares para o próximo ano fiscal, do qual uma parcela significativa está prevista para reforçar a segurança nacional e militar, incluindo o financiamento à guerra no Leste Europeu.
O governo dos Estados Unidos, em declaração oficial feita no início de dezembro, ressaltou que o presidente Donald Trump tem sido claro ao afirmar que a corrupção na Ucrânia não contribui para a resolução do conflito com a Rússia, e retoricamente ressaltou sua preocupação para que não haja mau uso dos recursos financeiros dos contribuintes americanos. Esse posicionamento reflete a tensão existente dentro do próprio governo dos EUA em relação ao apoio que é dado à Ucrânia, buscando simultaneamente manter o suporte militar ao governo ucraniano, mas também exigir transparência e “eficiência” na aplicação dos recursos.
O projeto de lei detalha a extensão e modificação da Iniciativa de Assistência de Segurança à Ucrânia, que tem o objetivo de garantir que os fundos repassados sejam usados prioritariamente para equipar o exército ucraniano com armamentos produzidos nos Estados Unidos, por meio do mecanismo conhecido como a ‘Lista de Requisitos Prioritários para Ucrânia’ (LRPU). Esse mecanismo também busca assegurar que os países aliados na Europa financiem essa ajuda, fortalecendo assim a cadeia de produção e exportação dos grandes monopólios industrial-militar norte-americanos, enquanto mantém o envolvimento dos países imperialistas europeus na manutenção da guerra por procuração contra a Rússia.
Desde o início da operação militar especial da Rússia, em fevereiro de 2022, o Congresso norte-americano aprovou quase 175 bilhões de dólares em ajuda e assistência militar para a Ucrânia, sendo que só em 2024 foram destinados cerca de 61,7 bilhões de dólares. Esse volume de financiamento evidencia a escalada da intervenção militar dos EUA, que se sustenta no discurso de suposto apoio à soberania ucraniana, mas que também representa uma grande transferência de verbas públicas para setores militares em plena era de intensas crises sociais e econômicas nos Estados Unidos e no mundo.
Essa política de financiamento contínuo à Ucrânia demonstra como o imperialismo prioriza seus interesses políticos e lucros dos grandes monopólios industrial-militar sobre as necessidades dos trabalhadores norte-americanos e do mundo, desviando para si bilhões que deveriam ser destinados para gastos sociais que poderiam resolver as graves crises produzidas pela pobreza. A esquerda deve unir-se à luta anti-imperialista, pela dissolução da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), e pelo fim da ingerência imperialista nos assuntos internos russos e ucranianos.





