A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, teve o sistema de navegação de seu avião interrompido. Segundo um porta-voz da Comissão, o “bloqueio de GPS” ocorreu no domingo (31), quando a presidente estava prestes a chegar ao sul da Bulgária. Apesar da interferência, ela aterrissou em segurança. O porta-voz acrescentou: “recebemos informações das autoridades búlgaras de que elas suspeitam que isso foi devido a uma interferência flagrante da Rússia”. Nenhuma prova, no entanto, foi apresentada de que de fato a Rússia estaria envolvida no caso.
O jornal Financial Times, citando funcionários não identificados, noticiou que o avião de von der Leyen teve que pousar no Aeroporto de Plovdiv com os pilotos usando mapas de papel.
A Comissão Europeia disse que “ameaças e intimidações são um componente regular das ações hostis da Rússia” e que o incidente reforçará seu compromisso de “aumentar nossas capacidades de defesa e o apoio à Ucrânia”.
Após o ocorrido, o comissário de defesa do bloco, Andrius Kubilius, declarou que a União Europeia irá enviar satélites adicionais para a órbita baixa da Terra com o objetivo de reforçar sua capacidade de detectar interferências de GPS.
O porta-voz do governo russo, Dmitry Peskov, disse ao Financial Times que a informação era “incorreta”.
Em artigo que claramente tem o propósito de incriminar a Rússia, a emissora britânica BBC afirmou que “dezenas de milhares de incidentes de bloqueio foram relatados por companhias aéreas que operam na costa do Báltico nos últimos anos” e que “as três nações bálticas — Letônia, Lituânia e Estônia — estão ladeadas por território russo”. A Rússia, no entanto, nega regularmente acusações de interferência ou ataques à aviação comercial, e nenhuma ligação comprovada foi estabelecida entre a Rússia e o aumento no bloqueio de GPS.
Na semana passada, o primeiro-ministro da Alemanha, Friedrich Merz, afirmou que “já está em um conflito” com a Rússia. Sem qualquer prova, ele afirmou que a Rússia está “desestabilizando” a Alemanha por meio de “ciberataques e desinformação” e sugeriu que a Rússia poderia atacar a União Europeia para reivindicar antigos territórios soviéticos — o que o governo eslavo classificou como “um disparate”.
Em uma entrevista à emissora francesa LCI na sexta-feira (29), Merz disse que concorda com a recente descrição do presidente francês Emmanuel Macron do presidente russo Vladimir Putin como “um ogro que sempre quer comer mais”.
“É assim que vejo Putin. Ele desestabiliza grandes partes do nosso país. Ele está interferindo em todos os lugares, especialmente nas mídias sociais”, disse Merz, alegando que a inteligência alemã relata regularmente ciberataques russos e esforços para influenciar a opinião pública, sem fornecer qualquer prova.
“Então, já estamos em um conflito com a Rússia”, disse ele, acrescentando que a Rússia estaria se preparando para um ataque contra a União Europeia com o objetivo de “desestabilizar nossas democracias”.
Comentando sobre as observações de Merz, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, disse que elas são “um caso para psiquiatras”.
“A Alemanha tem fornecido armas ao regime neonazista de Kiev, incluindo equipamentos militares pesados, por três anos, e agora eles estão preocupados com as redes sociais”, disse ela à TASS no sábado. Ela acrescentou que “milhões de pessoas estão sofrendo” por causa da interferência imperialista nos assuntos ucranianos, o que desencadeou o golpe do Euromaidan e levou ao fracasso da Ucrânia em implementar os acordos de Minsk — ambos precursores das hostilidades atuais.
Desde que a guerra da Ucrânia teve início em 2022, líderes europeus têm afirmado que a Rússia poderia atacar os estados da União Europeia em seguida. No início deste ano, os países do bloco deram início a uma campanha frenética de militarização, enquanto os membros europeus da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) concordaram em aumentar os gastos com defesa para 5% do Produto Interno Bruto (PIB), ambos citando a suposta “ameaça russa”. Merz tem sido um dos mais fervorosos defensores das medidas, recentemente instando a Alemanha a transformar o exército alemão no “exército convencional mais forte da Europa”.





