A reunião em Doha, capital do Catar, promovida pelos Estados Unidos para formar uma força internacional de “estabilização” na Faixa de Gaza como pré-condição para a segunda fase do acordo de cessar-fogo, terminou em fracasso na terça-feira (16) passada. Apesar das declarações otimistas do presidente norte-americano Donald Trump e de altos funcionários do governo sobre a iminente criação dessa força multinacional, a conferência revelou profundas divergências entre os países convidados, com ampla recusa em participar e imposição de condições rígidas. O jornal israelense Haaretz destacou que os EUA não conseguiram “clientes” para a iniciativa, revelando a falta de apoio internacional.
Cerca de 15 países ignoraram o convite para a reunião em Doha, incluindo Azerbaijão – visto como candidato ideal por suas boas relações com Turquia e “Israel” –, além de Turcomenistão, Tajiquistão, Bélgica, Romênia, Estônia, Coreia do Sul e Nepal. A Turquia nem foi convidada, devido à oposição de “Israel” à participação dos turcos, apesar dos esforços fracassados do Catar para pressionar os EUA. Entre os presentes estavam Alemanha, Reino Unido, França, Marrocos, Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Jordânia, Egito, Arábia Saudita, Cazaquistão, Uzbequistão, Grécia, Chipre, Bósnia e Herzegovina e Kosovo, mas a maioria mostrou reticência ou estipulou critérios estritos para qualquer envolvimento.
O Azerbaijão explicitamente recusou se juntar à força ou aos Acordos de Abraão. O jornal Yisrael Hayom relatou que Indonésia e Itália expressaram disposição para enviar tropas, mas apenas se a força se limitar a zonas sob controle sionista a leste da Linha Verde, sem interação com o Hamas e após seu desarmamento. A maioria dos participantes exige o desarmamento prévio do Hamas, com desdobramento inicial restrito ao sul de Gaza, a partir de uma base em construção em Rafá – que será expandida para outras áreas controladas por “Israel”.




