Imagens de satélite divulgadas pela agência Associated Press revelaram que o ataque iraniano à base militar dos Estados Unidos em Al Udeid, no Catar, destruiu uma estrutura geodésica que abrigava equipamentos de comunicações de alta tecnologia. A base, localizada nos arredores de Doha, é a maior instalação militar norte-americana na região do Golfo Pérsico.
O ataque ocorreu no dia 23 de junho, como resposta aos bombardeios norte-americanos que atingiram três instalações nucleares em Teerã, entre elas o centro fortificado de Fordow. Segundo as autoridades iranianas, os EUA lançaram 14 bombas do tipo “bunker buster” utilizando bombardeiros B-2. Em retaliação, o Irã disparou o mesmo número de mísseis balísticos contra a base norte-americana.
As imagens analisadas pela Planet Labs PBC mostram que, na manhã do ataque, a cúpula de comunicações ainda estava intacta. Já nas imagens capturadas em 25 de junho, a estrutura havia desaparecido e havia sinais visíveis de destruição em um prédio vizinho, embora o restante da base parecesse preservado. A estrutura atingida abrigava um terminal de comunicações de US$15 milhões, instalado pela Força Aérea dos EUA desde 2016.
Embora Donald Trump tenha tentado minimizar o impacto da ofensiva iraniana, classificando-a como “muito fraca” e alegando que apenas um dos mísseis atingiu a base, a destruição da cúpula geodésica desmente essa versão. “Quero agradecer ao Irã por ter nos avisado com antecedência, o que possibilitou que não houvesse mortes nem feridos”, declarou o ex-presidente norte-americano em publicação nas redes sociais.
A versão de Trump foi contestada por Ahmad Alamolhoda, conselheiro do líder supremo iraniano Ali Khamenei. Segundo o clérigo, o ataque atingiu com precisão os sistemas de comunicação da base. “Todos os equipamentos da base foram completamente destruídos, e agora o fluxo de comando e a conexão da base de Al Udeid com outras bases militares norte-americanas foi completamente interrompido”, afirmou.
A imprensa norte-americana sugere que o ataque pode ter sido realizado com o uso de drones explosivos, o que explicaria a destruição pontual da cúpula sem danos colaterais significativos nas instalações vizinhas. A destruição da estrutura indica que a ofensiva do Irã teve como alvo deliberado o centro de comando e comunicações da base, demonstrando capacidade técnica e precisão.
Até o momento, nem o Exército dos Estados Unidos nem o Ministério das Relações Exteriores do Catar se pronunciaram sobre o incidente. O silêncio reforça a suspeita de que a destruição foi mais significativa do que o reconhecido publicamente por Washington. O fato de o ataque ter atingido o principal elo de comunicação militar da base confirma a avaliação da Guarda Revolucionária iraniana de que se tratou de uma ofensiva “poderosa e destrutiva”.





