Editorial

Iêmen enfrenta o império

Esta é a quarta vez nesta semana que o Iêmen ataca o centro de "Israel" após uma pausa de dois meses nas operações

Nessa sexta-feira (21), o porta-voz das Forças Armadas do Iêmen, Brigadeiro-General Iahia Saree, disse que o país lançou um míssil balístico hipersônico contra o Aeroporto Ben Gurion, na Palestina Ocupada. Como resultado, sirenes soaram em quase dezenas de grandes cidades ocupadas por “Israel”, incluindo vários assentamentos urbanos em Telavive.

Em seu informe, Saree afirmou que o Aeroporto Ben Gurion não é mais seguro para o tráfego aéreo, alertando que continuará sendo um alvo até que a guerra israelense em Gaza termine. Na prática, impôs um bloqueio ao aeroporto de Telavive, em resposta ao bloqueio criminoso que “Israel” impôs ao povo palestino em Gaza, condenando-o à fome e à sede.

Esta é a quarta vez nesta semana que o Iêmen ataca o centro de “Israel” após uma pausa de dois meses nas operações, coincidindo com o acordo de cessar-fogo em Gaza que “Israel” violou na semana passada ao retomar sua guerra genocida.

Por si só, esses eventos já seriam impressionantes. Um país pequeno, muito pobre, está fazendo com que um Estado sustentado e armado pelo imperialismo tenha o seu espaço aéreo bloqueado. Mas mais impressionante ainda é que o Iêmen está fazendo isso enquanto é bombardeado diariamente pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido.

O motivo dos bombardeios? O apoio iemenita a Gaza. Bastaria que as forças armadas do país deixassem de apoiar o povo palestino que, provavelmente, cessariam os bombardeios. É o que os próprios líderes imperialistas afirmam abertamente.

Mesmo sob o alto custo de vidas iemenitas trucidadas pelas bombas jogadas pelo imperialismo, o país segue reagindo, de forma espetacular e mostrando a sua solidariedade efetiva ao povo palestino. Ao mesmo tempo, o Iêmen ainda vem travando uma luta com o país mais poderoso do mundo, os Estados Unidos, impondo-lhe um bloqueio naval.

É inacreditável. Isso tudo ocorre, por sua vez, enquanto a chamada comunidade internacional assiste de braços cruzados ao bombardeio de Gaza. Mesmo o acordo de cessar-fogo tendo sido negociado com intermediários, agora esses países nada fazem para forçar “Israel” a se manter no acordo. Alguns, inclusive, estão apoiando diretamente a guerra genocida, como é o caso dos Estados Unidos.

A determinação do Iêmen só poderia vir de um partido revolucionário, o Ansar Alá. Um partido que, por sua vez, se apoia em um movimento revolucionário muito poderoso, que pode ser visto nitidamente nas manifestações de apoio ao povo palestino que ocorrem semanalmente.

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