O Estado de “Israel” descumpriu o acordo de cessar-fogo de Gaza estabelecido em janeiro de 2025 e impôs um novo bloqueio genocida ao território dos palestinos. No mês de março o acordo definia que as tropas sionistas deveriam se retirar completamente de Gaza, ou seja, a derrota total de “Israel”. O governo Netaniahu está em sua maior crise e não consegue agir. O Iêmen, país que mais defendeu a Palestina durante o genocídio, já deu o seu ultimato, os mísseis podem voltar a voar nos céus do Mar Vermelho.
O líder do Ansar Alá, partido que governa o Iêmen, Abdul Malic al-Huti declarou na sexta-feira (7): “o Iêmen não ficará em silêncio diante do cerco sufocante imposto ao povo palestino em Gaza. Não podemos apenas assistir à escalada israelense contra a Faixa e à contínua proibição da entrada de ajuda humanitária, levando à fome”.
Ele denunciou que “Israel” foge de seus compromissos, apesar do esforço do Hamas para cumprir integralmente o acordo. Além disso, condenou “a destruição de dezenas de casas, o deslocamento de milhares de pessoas, a destruição de mesquitas na Cisjordânia e as restrições sem precedentes à Mesquita Ibrahim em Hebrom“. Denunciou também que aliança EUA-”Israel” está claramente avançando em direção a uma escalada em Jerusalém e na Cisjordânia, acrescentando que “o regime israelense está longe da paz”.
Então ele fez a sua ameaça ao Estado sionista. Se em quatro dias não for levantado o bloqueio na Faixa de Gaza as operações navais para bloquear os portos de “Israel” serão lançadas novamente. E essas operações por sua vez são apenas um aviso. O Iêmen tem a capacidade de bombardear diretamente o território sionista com drones e mísseis hipersônicos, como fez diversas vezes durante a período de guerra em Gaza.
O Hamas se pronunciou agradecendo a posição dos iemenitas. Em um comunicado afirmou que: “essa decisão corajosa, que reflete a profundidade da conexão dos irmãos do Ansar Alá e do povo iemenita com a Palestina e Al-Quds [Jerusalém], é uma extensão das abençoadas posições de apoio e assistência que eles têm oferecido ao longo de quinze meses da guerra de genocídio na Faixa de Gaza”.
E seguiu: “conclamamos a comunidade internacional e as Nações Unidas a tomarem medidas urgentes para deter o crime de fome praticado pelo governo de ocupação contra civis inocentes na Faixa de Gaza, por meio do fechamento das passagens e da proibição da entrada de ajuda humanitária e de socorro.
Também chamamos nossos povos e os países árabes e islâmicos a tomarem medidas eficazes para romper o bloqueio imposto a seus irmãos na Faixa de Gaza e a trabalharem por todos os meios para frustrar o plano fascista da ocupação de criar a fome e privar o povo de seu direito à vida”.
O imperialismo se movimenta
Segundo o jornal libanês Al-Akhbar fontes do governo separatista do Iêmen apoiado pelo imperialismo afirmaram que os EUA enviaram várias embarcações militares para o norte do Mar Vermelho, possivelmente em preparação para um ataque surpresa contra o Iêmen em conjunto com “Israel”. As mesmas fontes revelaram que o Departamento de Defesa dos EUA reforçou suas forças na região com cerca de 150 mísseis de cruzeiro Tomahawk.
Anthony Hayward, assessor militar do enviado especial da ONU para o Iêmen, Hans Grundberg, chegou essa semana a Adem, capital do governo separatista, levando uma mensagem do emissário. Grundberg pediu a interrupção de qualquer escalada militar e a manutenção dos esforços de paz. Ele reafirmou o compromisso da ONU em trabalhar por um acordo abrangente de cessar-fogo no Iêmen.
A guerra entre o governo central do Ansar Alá e os separatistas do partido Islah continua. Combates aconteceram principalmente na província de Marib e duraram horas, com o uso de armas leves e médias, enquanto o Islah tentava garantir o controle das colinas ao redor da cidade. O confronto resultou em mortos e feridos. Apesar disso, os separatistas não avançam.
O governo Trump anunciou por meio do Secretário de Estado, Marco Rubio, de que os EUA haviam redesignado o grupo de resistência iemenita como uma “organização terrorista estrangeira“. Também uma ameaça ao país que agora pode sofrer ataques maiores dos EUA.
Na quarta-feira (5), o Departamento do Tesouro dos EUA anunciou novas sanções contra sete líderes do Ansar Alá, alegando que eles teriam contrabandeado “itens militares e sistemas de armas para áreas controladas pelos Hutis no Iêmen, além de negociar aquisições de armas com a Rússia“.
Mohamed Al-Huti, uma importante liderança do Ansar Alá, respondeu: “bloquear a ajuda a Gaza e minar acordos de paz são formas de terrorismo norte-americano, enquanto o apoio do Iêmen a Gaza por meio de operações marítimas é um ato legítimo“.